Ícone do site Summit Mobilidade

O que é mobilidade urbana sustentável?

A mobilidade urbana sustentável é pensada para atender demandas imediatas da sociedade sem comprometer os recursos do planeta a longo prazo. Para atingir esse patamar, muitos desafios precisam ser superados. 

O modal viário centrado no carro particular, por exemplo, é hegemônico, com consequências para o meio ambiente, para a economia, para a forma de vivenciar as cidades e para a saúde. Por isso, é necessário pensar em saídas que solucionem as demandas atuais e não acumulem problemas para o futuro.

Conheça alguns eixos fundamentais para pensar a mobilidade urbana de forma a conciliar a resolução de problemas atuais com o planejamento de um futuro mais igualitário, saudável e ecológico.

1. Modais alternativos 

É importante que haja modais mais sustentáveis do que o uso de combustível fóssil. (Fonte: Shutterstock)

Na maior parte do mundo – e o Brasil não é exceção -, a estrutura urbana de transporte é pensada para o carro: embora quem use essa forma de deslocamento corresponda a cerca de 20% da população, 80% do espaço viário público é voltado a quem dirige.

Diante disso, é necessário apostar em novos modais. E isso passa por três grandes movimentos: estimular fontes menos poluentes, a exemplo de veículos elétricos; fortalecer o transporte coletivo, que são capazes de reduzir o número de carros nas ruas; e adotar a mobilidade ativa como regra, sempre que possível.

Por isso, andar a pé e pedalar são opções altamente sustentáveis. Com mais cidadãos se locomovendo assim, ganham a saúde, o meio ambiente, a economia, o fluxo de trânsito e a segurança pública.

2. Foco na experiência do cidadão

Pelo modelo de ocupação territorial, é comum que as pessoas precisem se locomover por longas distâncias todos os dias, o que torna mais difícil a ideia de andar a pé ou de bike. Para convencer quem dirige a deixar o carro na garagem, é necessário oferecer alternativas de transporte coletivo que sejam muito interessantes. 

As melhores soluções nesse sentido são aquelas que se concentram na experiência de quem dirige. Exemplos disso são os conceitos de transporte até a última milha, transporte coletivo sob demanda e integração de modais. Assim, quem hoje usa o carro pode unir economia e conforto e trocar de hábito mais facilmente.

3. Mobilidade não é só transporte

A forma de ocupar o espaço urbano e a vida cotidiana das pessoas dá sentidos concretos à experiência de se locomover nas cidades. (Fonte: Shutterstock)

Mas, se é fácil identificar o que pode ser feito na mobilidade urbana e os benefícios dessas ações, por que isso não sai do papel? 

Em grande medida, há um gargalo relacionado a outros problemas estruturais que perpassam a vida de quem reside nas grandes cidades. Por isso, mesmo que a tecnologia seja capaz de apontar soluções de transporte, há uma difícil equação política a ser solucionada.

Em razão dessa complexidade, as soluções em mobilidade exigem transformações que estão além de questões de transporte. Mudar a forma de ocupar o espaço urbano envolve políticas de moradia e de emprego, por exemplo. Essas variáveis são fundamentais ao compreender o panorama do setor.

4. Deve-se considerar os conflitos urbanos

O espaço urbano é disputado por diferentes atores, que possuem opiniões e interesses distintos. E isso se estende ao campo da mobilidade. Ao se destinar uma faixa viária para ônibus ou bicicletas, por exemplo, acaba-se por restringir o fluxo de veículos particulares. Certamente, quem dirige e quem pedala ou usa ônibus experimentará essa medida de forma diversa.

Esse cenário se torna ainda mais complexo quando se consideram interesses de corporações e outros atores mais relevantes. Se o dono de uma empresa de ônibus doa recursos para a campanha de um prefeito (o que é comum), a autonomia desse agente fica em xeque diante da pressão empresarial pelo aumento da tarifa, por exemplo.

Por isso, a tomada de decisão no campo da mobilidade deve ser considerada em seu terreno real, em que há relações de poder e movimentação política para que a definição das políticas públicas se aproxime da agenda desejada por cada grupo social.

5. A sociedade civil deve participar das decisões

As diferentes formas de experimentar a cidade criam agendas particulares a serem consideradas. (Fonte: Shutterstock)

A melhor forma de lidar com a complexidade de tantas vozes passa justamente por reconhecê-las. Por isso, é fundamental que o Estado esteja próximo da sociedade civil ao planejar, executar e controlar as políticas da área da mobilidade.

Um exemplo de como isso pode ocorrer é a criação de um Conselho Municipal de Mobilidade Urbana. Esse espaço pode ser composto por entidades de diferentes segmentos, a exemplo de empresas de transporte coletivo, associações de moradores, sindicatos, ONGs com trabalho ambiental, grupos de ciclistas, movimentos ligados aos direitos de pessoas com deficiência etc.

Assim, garante-se que os diferentes interesses urbanos estejam representados e que as medidas adotadas em torno das políticas de mobilidade se aproximem da demanda real da cidade, atendendo as necessidades imediatas e considerando um planejamento de longo prazo para o setor.

Fonte: Scielo, Mobilize, Viva Decora

Prefeitura rejeita pedido de muro entre Morumbi e Paraisópolis

Sair da versão mobile