Em meio à expansão das áreas urbanas, as ruas passaram a privilegiar o deslocamento de veículos motorizados. Assim, temos pedestres e ciclistas, que praticam a mobilidade ativa, ocupando espaços cada vez menores, e que nem sempre se apresentam nas condições ideais, colocando em risco sua segurança.
Entretanto, observando o quanto a presença de pedestres é vital para a boa dinâmica das cidades, a pedestrianização das ruas têm ganhado maior protagonismo, buscando reverter esse cenário e devolver pouco a pouco o espaço ao público.
Responsável por fazer com que as ruas sejam inteiramente ocupadas por pessoas que se deslocam a pé, seja em dias específicos ou em caráter definitivo, ela é associada a uma série de benefícios significativos, ao mesmo tempo que contribui com a revitalização dos bairros.
Benefícios da pedestrianização
Dentre os benefícios da pedestrianização, pode-se destacar a redução da poluição do ar e do ruído sonoro em decorrência da não utilização dos carros e, até mesmo, maior participação nos estabelecimentos, visto que eles passam a ser mais frequentados pelo público, impulsionando a economia local.
Além disso, a pedestrianização das ruas promove maior sensação de segurança e estimula a prática da caminhada, o que resulta em benefícios para a saúde. Levando em consideração tais aspectos, há várias cidades que apostaram nesse tipo de estímulo à mobilidade ativa para revitalizar as ruas.
Em São Paulo, a Avenida Paulista constitui um exemplo conhecido que ofereceu novo ar ao famoso cartão postal aos domingos, dia em que é vedada a passagem de carros. Assim, grupos de familiares e amigos, bem como ciclistas e adeptos da prática de atividades físicas, transitam livremente pelo local.
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Pedestrianização como caminho para reduzir mortes em acidentes de trânsito
No nordeste brasileiro, também há um processo em andamento na cidade de Recife. Lá, uma de suas ruas mais famosas foi a escolhida para ser palco da pedestrianização: a Rua do Bom Jesus, que é considerada uma das mais belas do mundo.
Para a Prefeitura de Recife, a mudança também foi importante, considerando que os pedestres compõem a maior parte das vítimas em acidentes de trânsito. Segundo o Relatório Preliminar de Vítimas Fatais, esse público em específico correspondeu a 46% das vítimas fatais entre 2017 e 2019.
Entretanto, para que esse processo de pedestrianização seja bem-sucedido, é necessário que outras medidas acompanhem a mudança nos trajetos das vias, como a melhora na iluminação das ruas e reforços na segurança pública. Para atrair empreendimentos, isenções fiscais também constituem uma alternativa válida.
Por outro lado, consultas públicas também são necessárias para ter uma visão mais direcionada de quais espaços e serviços seriam mais atraentes para a população local, levando em conta os recursos e o potencial que determinadas regiões apresentam.
Fontes: Prefeitura de Recife, Archdaily