A presença de árvores no ambiente urbano traz uma série de benefícios para a saúde humana. Entretanto, a cobertura vegetal nas cidades precisa competir com outras estruturas, recebendo menos água, passando por um calor mais intenso e sofrendo de doenças e pragas com uma frequência maior. Com isso, boa parte do verde acaba vindo abaixo, literalmente.
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O destino das árvores caídas costuma variar. De forma geral, elas acabam sendo descartadas em aterros sanitários, transformando-se em um problema. Em alguns locais, os troncos e galhos podem virar lenha ou adubo por meio de centros de compostagem.
Redução da cobertura vegetal urbana
O ritmo da queda das árvores em uma zona urbana costuma ser mais acelerado do que a capacidade das autoridades locais e da sociedade de promover a arborização. Isso acontece por falta de políticas públicas para o correto manejo da cobertura vegetal e é intensificado por conta do tempo necessário para o desenvolvimento da planta.
A tendência ao longo dos anos é de uma redução da área coberta por árvores no cenário urbano, afetando de forma grave a qualidade ambiental das cidades e tornando ainda mais agudos problemas como ilhas de calor ou alagamentos.
A boa notícia é que a madeira resultante da queda de árvores pode ser reaproveitada em novos produtos, em vez de ser jogada em aterros ou utilizada como lenha. É o que defende o conceito dos “centros de reflorestamento”, desenvolvido pelo Cambium Carbon, Cities4Forests e Arbor Day Foundation.
Essas entidades propõem que os resíduos de madeira urbana possam ser uma solução econômica para combater mudanças climáticas ao transformar um problema em uma fonte de recursos públicos para arborizar os municípios.
Para tanto, é preciso fazer parcerias público-privadas nos Estados Unidos no sentido de criar os primeiros centros de reflorestamento até 2022. Esses locais classificarão a madeira para o reaproveitamento em forma de móveis, madeira laminada cruzada, madeira serrada, pisos, compostos ou adubos.
No conceito, a receita gerada pela madeira urbana, além de economizar dinheiro para as autoridades municipais, gera receita para plantar e manter mais árvores. Assim, é alimentado um círculo virtuoso e sustentável para combater as mudanças climáticas de forma mais eficiente.
Árvores no combate às mudanças climáticas
A falta de planejamento urbano para arborização gera resultados desastrosos. Em São Paulo capital, por exemplo, mais da metade do território não tem nenhum tipo de vegetação, de acordo com o Mapeamento Digital da Cobertura Vegetal realizado pela prefeitura em 2020. Esse número pode ser ainda maior, caso inclua apenas cobertura arbórea.
O reflorestamento massivo é a principal aposta dos cientistas para segurar o aquecimento global. Para tanto, seria necessário plantar 1,2 trilhão de novas mudas, de acordo com estudo publicado na Revista Science. Esse número representa quatro vezes mais do que a totalidade de árvores da Floresta Amazônica.
Nos Estados Unidos, a iniciativa Trillion Trees estima que o país pode plantar 60 bilhões de novas árvores até 2040, que poderiam sequestrar até 540 milhões de toneladas de CO2 por ano. Esse sequestro é o equivalente a substituição de 117 milhões de veículos alimentados por combustíveis fósseis por motores elétricos.
Os entusiastas da ideia afirmam que cerca de 400 milhões de árvores podem ser plantadas nas cidades americanas. Porém, para isso, é preciso planejamento e recursos financeiros, o que requer uma união de esforços entre entidades públicas e privadas.
Fonte: WRI Brasil, Prefeitura Municipal de São Paulo, Estadão.
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