O código de endereçamento postal (CEP) tem um papel importante na identificação de casas, fazendas, edifícios, empresas e órgãos públicos, sendo criado e utilizado pelos Correios. Apesar dessa função primordial estar disposta na lei dos serviços postais, ela não se encontra aplicada de forma efetiva em todo o território nacional.
Na prática, ainda há muitas localidades brasileiras que não contam com um CEP. Entre eles há áreas rurais que acabam tendo acesso mais restrito e mesmo áreas localizadas nos grandes centros urbanos, como comunidades ou regiões periféricas que se desenvolveram em um processo mais desordenado, o que acaba excluindo a população de diversas maneiras.
A falta de endereçamento, em um olhar mais genérico, dificulta a entrega de correspondências, impedindo que os pedidos sejam entregues, provocando atrasos ou impossibilitando a entrega. Mas as consequências vão além disso, desdobrando-se em empecilhos que geram constrangimentos e uma série de restrições.
Reflexos que afetam diferentes públicos
Além da falta de acesso a serviços básicos, como água, luz e internet, a falta de CEP restringe a população localizada nessas áreas de ter oportunidades de emprego, tornando-a ainda mais suscetível à segregação socioespacial, já que não há uma forma efetiva de comprovar o local de residência.
Mesmo para programas federais, como o Internet para Todos, a falta de CEP se transforma em um impedimento para a oferta em áreas que não são identificadas, inviabilizando a plena popularização do serviço. Para quem pretende abrir uma empresa, o problema também impede essa concretização, o que tem gerado debates sobre formas de mitigar esse cenário, mas sem uma solução definitiva.
Se para a população causa prejuízos e dificuldades, para os órgãos públicos também se reflete em maior dificuldade de identificar diferentes áreas com a devida profundidade, o que impede que o planejamento público leve em consideração todas as características de determinada região.
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Busca por soluções
Para quem deseja prestar serviço nessas localidades, o cenário também não se mostra favorável: a dificuldade de localizar um endereço acaba se refletindo no aumento de gastos com custos logísticos e na impossibilidade de integrar dados em sistemas, dificultando a adoção de ações que possam otimizar o serviço de entregas.
Por esses motivos, a tecnologia tem sido procurada para auxiliar. A partir disso, há empresas que estão investindo em softwares específicos, além de empregar drones e robôs para tornar mais ágil a entrega em locais mais afastados, o que tem sido adotado em alguns países e tem sido avaliado por serviços de entrega no Brasil.
A busca por soluções passa por diversas etapas, mostrando o quanto insistir naquilo que é mais essencial desempenha um papel importante: além de investir na padronização dos endereços, de modo que a localização seja facilitada, é essencial que se atualize constantemente as informações, de modo que tanto empresas quanto órgãos públicos sejam beneficiados por tal mudança.
Fonte: Senado, Câmara de Joinville, Estadão, Forbes