Calcular a tarifa de transporte de uma cidade é uma tarefa complexa. Entre planilhas de gastos, subsídios, cálculos de quilômetros rodados e de passageiros atendidos, a população tem dificuldade em entender quanto custa o seu deslocamento
No Brasil, a planilha mais utilizada para o cálculo do custo da tarifa de transporte para a população era a Planilha Geipot, criada pelo Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes. Desenvolvida em 1965, a Geipot deu a tônica dos cálculos no País.
Mais recentemente, tem sido adotada a planilha da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), lançada em 2017. Ela é mais detalhada e leva em conta novos aspectos da mobilidade urbana, como a preocupação ambiental.
De forma simplificada, a planilha considera os custos fixos, como salário de funcionários, seguros, depreciação de veículo e os custos variáveis, como combustíveis e peças. Em seguida, o valor é dividido pelo número da soma de passageiros
O resultado é chamado, em algumas cidades, de tarifa técnica. Seria o valor do custo efetivo de uma viagem. No Brasil, a maioria das cidades subsidiam os sistemas de transporte para baratear o preço da passagem para a população.
Assim, o preço da tarifa de transporte é calculada pelo valor da tarifa técnica subtraído pelos subsídios oferecidos por governos municipais ou estaduais.
Na maioria das cidades, o transporte é concedido à iniciativa privada por meio de licitações. Há muitas denúncias de licitações que beneficiam empresas já existentes ou com cláusulas tão específicas que acabam impedindo a competição.
Além disso, as tarifas técnicas calculadas por empresas privadas são bem maiores do que as calculadas por órgãos de fiscalização. Sendo assim, o transporte “público” acaba sendo um negócio lucrativo para alguns empresários.
No Brasil, a maioria das cidades cobra uma tarifa única, o que pode “mascarar” o preço real do deslocamento.
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