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O que é o Euro7 e como ele pode acabar com os carros a combustão?

Com países onde se vende mais carros elétricos (EVs) do que a combustão, a Europa talvez seja a região onde os EVs mais ganharam espaço, mas essa transição pode ser acelerada por mudanças na legislação ambiental.

Nesse cenário, as regras sobre emissões de poluentes podem se tornar tão rígidas que será simplesmente inviável fabricar qualquer outro automóvel que não seja um movido por baterias. 

O que será dos carros a combustão quando EVs ganharem o mundo?

Novo conjunto de regras sobre emissões de poluentes está em discussão na União Europeia. (Fonte: Freepik)

O futuro do carro a combustão em pauta na União Europeia (UE)

Um novo conjunto de normas de controle de emissões, batizado de Euro7, está em discussão na União Europeia e deve chegar ao parlamento europeu ainda em 2021, para entrar em vigor em 2025. 

Algumas propostas para essa legislação foram apresentadas recentemente pelo CLOVE (Consórcio para Veículos com Emissões Baixíssimas, em tradução simples da sigla em inglês), um grupo de consultores de engenharia da UE, e recebidas com cautela pelos fabricantes de automóveis do continente.

Na visão da Associação de Fabricantes de Automóveis da Europa (Acea, na sigla em francês), os limites de emissões apresentados pelo Clove e as novas condições de teste sugeridas resultariam na proibição dos motores de combustão interna, na prática. Até mesmo os híbridos, que combinam as duas fontes de energia, estariam fadados ao fim, segundo a entidade. 

Isso porque, para que os veículos com motores térmicos pudessem continuar circulando pela Europa dentro das novas regras de emissões, seria necessário instalar acessórios e equipamentos muito custosos. Em resumo, para a Acea, as propostas fazem apenas a fabricação de carros elétricos ser viável do ponto de vista econômico.

As fabricantes argumentam que, na prática, as propostas vão inviabilizar veículos a combustão. (Imagem: Azerbaijan Stockers/Freepik)

Quais são as propostas para o Euro7?

A primeira versão do conjunto de normas de emissões de poluentes, o Euro 1, começou a valer em 1992. Depois, atualizações ocorreram em 1996, 2000, 2005, 2009 — sempre com uma quantidade menor de poluição sendo permitida — até chegar ao atual Euro6, em vigor desde 2014. 

Na regra atual, os carros podem emitir até 1 grama de monóxido de carbono e 60 mg de óxido de nitrogênio por quilômetro rodado, entre outras restrições. Nas propostas do Clovepara a Euro7, seria permitido no máximo metade disso ou até menos. Porém, são as outras exigências sugeridas pelos consultores que mais preocupam os fabricantes. 

O Clove sugere que os carros sejam monitorados a todo momento via GPS, garantindo o limite de emissões até 240 mil quilômetros e em toda condição de uso, até as mais extremas, ou seja, nenhum carro poderá emitir mais do que 30 mg de óxido de nitrogênio nem mesmo em arrancadas, subidas ou carregando peso.

Além disso, o consórcio propõe que os carros com motores térmicos sejam equipados com supercatalisadores de vários estágios, com diversos filtros para reter uma grande quantidade de poluentes. De acordo com a ACEA, simplesmente não é possível instalar esse tipo de tecnologia nos automóveis vendidos atualmente, inviabilizando-os. A associação também contesta a ideia de que o limite de 30 mg seja possível em todas as condições para os motores a combustão. 

Até o momento, não há uma definição sobre essas regras, muito menos sobre o fim dos carros a gasolina ou diesel na Europa — também não é possível saber se, de fato, a UE pretende banir os motores a combustão com essas novas regras. Será preciso esperar mais alguns meses para que as discussões avancem no Parlamento Europeu antes que um cenário definitivo possa ser traçado.

Fonte: Circula Seguro, Observador.

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