Caminhar é daqueles hábitos que sempre trazem bons frutos. Seja ao flaneur que transforma em poesia sua apurada visão das ruas, seja ao grupo de idosos que passeia pela calçada todas as manhãs.
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É também nesse sentido que, quando se fala em mobilidade urbana, mencionar aspectos da caminhabilidade das ruas é tão importante quanto abordar questões referentes ao transporte coletivo.
Os ganhos que a caminhada oferece a cada indivíduo de uma cidade são vários. Pensando em maior escala, a qualidade de vida proporcionada por uma população que caminha pode reduzir os níveis de estresse e problemas cardíacos, fomentando uma atmosfera saudável a ponto de reduzir substancialmente o número de internações na rede pública de saúde.
Foi pensando nisso que o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) criou um índice de caminhabilidade, o iCam. Essa ferramenta possibilita a mensuração de características do ambiente urbano, determinantes para a circulação de pedestres, e apresenta recomendações por meio dos resultados obtidos.
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Para a organização, a caminhada é o meio de transporte mais fundamental, sustentável e democrático das pessoas na cidade. Confira alguns benefícios de se caminhar.
1. Bem-estar
A endorfina é um hormônio responsável por aquela sensação de alegria, relaxamento e tranquilidade tão necessária para suportar o estresse do dia a dia. A questão é que, quando você caminha, seu corpo produz uma boa quantidade de endorfina e assim seu organismo fica mais animado.
Outro ponto interessante é que se a sua cidade possui áreas verdes e você tem a oportunidade de caminhar por ambientes bem arejados, com muitas árvores, sua saúde mental terá muito a ganhar.
Um estudo da Universidade de Essex, no Reino Unido, que analisou 1,2 mil pessoas de diferentes idades, gêneros e condições de saúde, mostrou, por exemplo, que apenas alguns minutos diários de caminhadas ao ar livre poderiam ser determinantes na melhora do bom humor e da autoestima dos indivíduos.
2. Cérebro potente
A boa caminhada também pode ajudar a deixar o cérebro mais forte e reduzir problemas de atenção e memória. Um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostrou que essa atividade é capaz de aumentar os circuitos cerebrais e estimular esse órgão.
Além disso, andar ajuda na prevenção de doenças bem-preocupantes, como o Alzheimer. Uma pesquisa da Universidade de Pittsburgh, também nos Estados Unidos, mostrou que quem caminha por volta de 10 km diariamente reduz pela metade as chances de diminuição do volume do cérebro.
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3. Corpo em movimento
Por ser uma atividade aeróbia, a caminhada ajuda a emagrecer. Uma pesquisa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que o aumento da frequência cardíaca, da circulação e da aceleração do metabolismo pode ser tão alto que o emagrecimento continua mesmo horas depois do exercício.
A caminhada também ajuda a prevenir osteoporose, doenças cardíacas, cânceres de ovário e mama, distúrbios do sono e se mostra uma grande aliada na redução da pressão arterial, dos níveis de colesterol e na prevenção de algumas doenças crônicas não transmissíveis, de acordo com dados publicados pelo site do Ministério da Saúde. Até pernas e glúteos podem ficar mais torneados mediante a regularidade dessa atividade.
4. Conhecer a cidade
Se tiver condições de ir para o trabalho caminhando, de descer um ponto antes do seu ou estacionar seu carro longe do escritório, certamente terá um olhar muito mais acurado sobre o caminho que faz diariamente. A caminhada é, sem dúvidas, uma forma prática de conhecer a própria cidade, observar os detalhes de cada canto e as especificidades do mundo ao seu redor.
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“Caminhar permite um (re)conhecimento, uma experiência ímpar da dinâmica da cidade e de seus habitantes, interagir com suas inúmeras possibilidades, desapegar de preconceitos, descobrir os universos paralelos da cidade, pensar e refletir! É um ato saudável não só do ponto de vista físico, mas emocional e social”, afirma Leandro Aliseda, membro da CidadeaPé (Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo), em entrevista recente ao Estadão.
Fonte: ITDP Brasil, Estadão, Minha Vida, Ministério da Saúde
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