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Como melhorar a segurança de entregadores?

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A cada 12 meses, o mercado de delivery no Brasil fatura R$ 11 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O setor está em rápida expansão, com taxa de crescimento de 12% ao ano. Os números devem ser ainda maiores em 2020, por causa da quarentena do coronavírus.

Nesse cenário, aproximadamente 400 mil entregadores percorrem as ruas brasileiras. O número de trabalhadores nesse setor aumentou 104,2% no primeiro trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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De bicicleta, motocicleta e até mesmo automóvel, a atividade tem sido utilizada como alternativa de renda frente aos altos índices de desemprego no País, que alcançaram 11,6% em fevereiro, ainda de acordo com o IBGE.

(Fonte: Unsplash)

O trabalho nas ruas expõe os entregadores a diversos riscos de segurança. Disputando a via pública com automóveis, ônibus e até caminhões, a maioria utiliza bicicletas e motos para realizar a atividade. Segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cerca de um terço das mortes em acidentes de trânsito nas vias brasileiras em 2017 foi de motociclistas.

Em São Paulo, maior cidade do País, os óbitos de ciclistas vêm aumentando de forma acelerada. Conforme mostram dados do governo paulista, o índice de mortalidade subiu 220% entre 2018 e 2019.

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Cada trabalhador é responsável pela própria segurança, o que inclui desde a atenção com manutenções necessárias até o cuidado com o tráfego, a falta de sinalização e os obstáculos nas vias, como buracos. Quem trabalha com delivery também deve se virar por conta própria para evitar roubos e até estupros, no caso de trabalhadoras.

Se houver um incidente, o entregador deve arcar, ainda, com os custos da recuperação da saúde e de consertos ou até compra de um novo veículo, além de não ter direito a nenhum benefício para garantir sua renda enquanto estiver afastado da atividade.

Os entregadores também estão expostos a infecção por doenças contagiosas, como é o caso do novo coronavírus. Tudo isso em meio ao risco de perda de imunidade causado pelo cansaço das longas jornadas.

Possíveis soluções

(Fonte: Unsplash)

Em alguns lugares, a segurança dos entregadores é uma preocupação constante de empresas e do poder público. No Brasil, possíveis soluções de assistência aos trabalhadores começaram a ser esboçadas, motivadas pela crise causada pelo coronavírus e a cobrança do judiciário, mas se restringem a iniciativas temporárias e limitadas durante o período de pandemia.

Entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançaram manuais para prevenção da transmissão da covid-19. Além das recomendações do Ministério da Saúde, sobre higienização constante de mãos com água e sabão ou álcool em gel, e de superfícies, o Sebrae incentiva boas práticas, como o pagamento online e a entrega sem contato.

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Na Espanha, França e Austrália, a empresa Deliveroo implementou um programa de segurança que promove painéis de discussão envolvendo entregadores, representantes de associações e funcionários de equipes de operações.

O objetivo é melhorar a segurança por meio da maior colaboração entre os envolvidos no processo. Para tanto, são promovidos cursos gratuitos de formação para difundir boas práticas e aumentar a proteção, como o uso de roupas refletivas que aumentam a visibilidade e a segurança dos trabalhadores nas ruas. Além disso, a educação inclui medidas de direção defensiva e maior cuidado em transitar em condições adversas, como chuva.

Fonte: Abrasel, Mercado e Consumo, IBGE, Agência Brasil, Sebrae

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