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Ônibus de Curitiba: como a cidade popularizou o BRT

Bus Rapid Transport (BRT) é o nome dado ao modelo de transporte público realizado por ônibus em que uma série de medidas são adotadas para agilizar as viagens e o tempo de paradas, assim como agilizar o embarque de passageiros.

O sistema pode não ter começado em Curitiba, mas foi a capital do Paraná que implementou O BRT em larga escala, por meio da sua Rede Integrada de Transporte (RIT).

O modelo de Curitiba influenciou diretamente mais de 80 cidades do mundo a adotar o método, inclusive Bogotá (Colômbia), que tem um dos maiores sistemas de BRT, transportando mais de 2,4 milhões de pessoas diariamente.

Detalhe de um ônibus articulado parado em uma estação-tubo em Curitiba. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Como surgiu o ônibus de Curitiba?

O BRT de Curitiba foi implementado em 1974 pelo então prefeito, o arquiteto Jaime Lerner. Em conjunto com pesquisadores do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), Lerner se baseou em experiências de países como os Estados Unidos, Canadá e Peru para dar uma solução ao transporte público de Curitiba.

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Sem verba para investimentos pesados como a criação de um metrô, a cidade adotou um método de transporte público que integrou diferentes linhas de ônibus e, com isso, agilizou o transporte.

Para isso, foram criados corredores exclusivos para o tráfego de ônibus, que ficaram conhecidos como canaletas. Essas vias foram direcionadas a pontos planejados para o crescimento ordenado da cidade. Com o tempo, melhorias foram sendo implantadas no sistema, como os ônibus articulados ou biarticulados, permitindo um transporte maior de passageiros.

Outra estratégia foi criar pontos que permitem aos passageiros ficarem na altura da porta dos ônibus, diminuindo assim o tempo de parada. Além disso, a passagem era paga previamente, agilizando o processo de embarque. Esses pontos ficaram conhecidos como estações-tubo, devido a seu formato cilíndrico.

Alguns desses tubos permitem a conexão com diferentes linhas de ônibus, possibilitando ao passageiro realizar outras rotas sem pagar uma nova passagem. A mesma lógica é aplicada aos terminais de ônibus espalhados pela cidade: diferentes linhas fazem que a maioria das rotas possa ser feita com apenas uma passagem.

Vale ressaltar que nem todos os ônibus de Curitiba são BRTs. Ônibus convencionais também existem, e os terminais permitem a integração deles com os BRTs, que, por serem mais rápidos, são conhecidos na cidade como Ligeirinho ou Ligeirão.

Apenas os BRTs transportam mais de 650 mil pessoas por dia na capital paranaense. Contando o restante do sistema de transporte, quase 2 milhões de viagens são realizadas diariamente. Curitiba tem quase 2 milhões de habitantes e mais de 3 milhões se somada a população da região metropolitana. Muitas das cidades da região metropolitana têm um sistema integrado com a capital.

Detalhe da Linha Verde, uma das recentes ampliações de corredores exclusivos e das estações-tubo de ônibus. Os Ligeirões são biarticulados e param em menos pontos, agilizando o transporte. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

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Características do sistema de ônibus de Curitiba

Até hoje, os ônibus são os únicos meios de transporte público de Curitiba. Com o tempo, diversas melhorias foram realizadas, como a ampliação de alguns ônibus, a abertura de mais corredores exclusivos e a ampliação de alguns deles. A extensão de corredores exclusivos é de cerca de 85 quilômetros, e os ônibus operam em uma velocidade média de 26,7 quilômetros por hora.

A cidade já testou a utilização de ônibus elétricos e de veículos que operam com combustíveis renováveis, mas o fato de apenas um modal ter que dar conta de toda a cidade gera críticas por parte de especialistas em Mobilidade e de usuários.

Sinais de esgotamento — como a lotação em horários de pico e o aumento do preço da passagem, que atualmente é de R$ 5,50, uma das mais caras do País — já são debatidos há anos.

Apesar dos problemas, o BRT tem grande potencial no mundo, inclusive no Brasil. O sistema tem a implantação mais barata do que a de metrôs, veículos leves sobre trilhos (VLTs) e trens.

Dessa forma, pode ser integrada à malha viária existente da cidade, apesar de alterações precisarem ser feitas para priorizar a circulação dos ônibus. Além disso, com o uso de veículos elétricos ou de combustíveis renováveis, os níveis de poluição podem ser baixos quando comparados a outros modais.

Fonte: Agência Brasil, Diário do Transporte.

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