BRT, LRT, VRT e ART: quais são as diferenças entre eles?

7 de julho de 2021 4 mins. de leitura

As três siglas designam modelos de transporte coletivo alternativos para grandes cidades

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Os ônibus comuns são importantes soluções de mobilidade urbana, mas limitados, em especial para rotas de alto fluxo de passageiros em cidades de grande porte. Nesse sentido, o metrô é eficaz em alguns casos, mas uma alternativa a ele, que tem alto custo de implantação e precisa de obras complexas para sair do papel, é o sistema BRT (sigla para bus rapid transit ou transporte rápido por ônibus, em inglês). 

O que é o BRT?

Criado em Curitiba, em 1974, o sistema se tornou bastante popular entre especialistas em planejamento urbano e foi adotado por mais de 170 cidades em todo o mundo. A principal vantagem dele é utilizar ônibus que transitam por ruas com tráfego exclusivo — em vez de trens e trilhos, de implantação mais complexa. Com isso, o custo por quilômetro do BRT é muito menor do que o de outras soluções. 

A capacidade do sistema é maior que a dos ônibus comuns, já que os veículos têm duas articulações e cada um carrega cerca de 300 passageiros. A velocidade operacional das linhas também é superior, pois o embarque é antecipado.

O sistema BRT tem maior capacidade que os ônibus comuns, mas menor custo e tempo de implantação que trens (Imagem: Wikimedia Commons)
O sistema BRT tem uma capacidade maior do que os ônibus comuns, mas um custo e um tempo de implantação menores do que trens. (Fonte: Wikimedia Commons)

O que é o LRT, também conhecido como VRT?

O BRT foi uma das primeiras soluções para unir o menor custo dos ônibus comuns à maior capacidade dos trens em um único modelo. Porém, há outras alternativas, inclusive com siglas semelhantes. 

A primeira e mais popular delas é o LRT (de light rail transit ou transporte por trens leves). No Brasil, a sigla comumente utilizada é VLT (veículo leve sobre trilhos), como no sistema VLT Carioca, do Rio de Janeiro.

De certa maneira, os LRTs e VLTs podem ser considerados uma reedição dos antigos bondes urbanos, que circulavam em trilhos, mas ficavam no nível da rua. Essa, aliás, é uma das principais vantagens do sistema sobre os trens maiores dos metrôs: o LRT/VLT causa menos interrupções e é mais amigável para o espaço urbano. Além disso, a visão de que os trens são modernos e mais confortáveis do que os ônibus ou metrôs pode ser um atrativo para pessoas que utilizariam automóveis particulares. 

Contudo, por mais que o custo de implantação do LRT/VLT seja mais baixo do que o de um metrô subterrâneo, esse ainda é significativamente maior que o do BRT. Desse modo, o sistema de ônibus de trânsito rápido pode ser aplicado a cidades menores ou em países em desenvolvimento com mais facilidade. Além disso, é possível manter mais veículos circulando em horário de pico ou substituir veículos com problema, em segurança.

O VLT Carioca é um exemplo de sistema LRT (light rail transit) no Brasil (Imagem: Wikimedia Commons)
O VLT Carioca é um exemplo de sistema LRT (light rail transit) no Brasil. (Fonte: Wikimedia Commons)

O que é o ART?

Uma terceira sigla está surgindo no vocabulário dos planejadores urbanos: o ART ou autonomous rail rapid transit. Como o nome sugere, os veículos são autônomos. Porém, apesar de conter rail, que quer dizer trilho, os veículos têm pneus, como ônibus, mas são conduzidos por “trilhos virtuais” identificados por sensores LiDAR (que funcionam com lasers). Por isso, os veículos também precisam andar por rotas limitadas, como os sistemas de trem, embora tenham maior flexibilidade do que eles, já que não demandam trilhos.

O sistema ART usa veículos autônomos e não demanda trilhos, mas tem a capacidade dos trens LRT/VLT (Imagem: Wikimedia Commons)
O sistema ART usa veículos autônomos e não demanda trilhos, mas tem a capacidade dos trens LRT/VLT. (Imagem: Wikimedia Commons)

Nesse sentido, como não há necessidade de construir trilhos ou linhas de transmissão de energia — e menos possibilidade de paralisar serviços ou fazer desapropriações por conta disso —, o custo de implantação tende a ser menor. Mesmo assim, o ART tem maior capacidade que o BRT, chegando a 500 pessoas, e seus veículos são elétricos — menos poluentes do que os ônibus a diesel do BRT. 

Desse modo, é possível concluir que o ART reúne vantagens de ambos os modelos BRT e LRT/VLT. Os primeiros sistemas de transporte desse tipo começaram a surgir na China, a partir de 2017. 

Fonte: Biblioteca Digital da USP, Caos Planejado.

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