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Como a pandemia afetou o mercado de patinetes elétricos?

Com a pandemia de covid-19, empresas do setor de scooters compartilhadas como Grin, Yellow, Rappi e a Lime, da Uber, suspenderam seus serviços em muitas cidades do Brasil. Agora, com a retomada das atividades, surge uma preocupação com um transporte seguro, barato e que mantenha o distanciamento físico. 

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Assim, o interesse por soluções de micromobilidade aumentou. Por essa razão, a consultoria McKinsey prevê que o lucro das empresas de compartilhamento de patinetes elétricos deverá crescer cinco pontos percentuais no “novo normal”.

Mudanças de hábitos

Patinetes elétricos tiveram o crescimento interrompido, mas podem se consolidar no “novo normal”. (Fonte: Shutterstock)

O principal motivo para a valorização das empresas de micromobilidade é uma transformação no comportamento das pessoas em relação aos deslocamentos urbanos. O estudo Mobility Futures, que entrevistou 20 mil usuários frequentes de diferentes meios de transporte em 31 cidades do mundo, revelou que 25% das pessoas desejam mudar a forma como se locomovem.

O levantamento, realizado pela Kantar, apontou que 37% daqueles que dirigem gostariam de deixar seus carros na garagem. Enquanto isso, 43% dos usuários do transporte público gostariam de ter uma alternativa. Os especialistas afirmam que isso abre oportunidades para a implantação de soluções de Mobility as a Service (MaaS).

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A pesquisa indicou que os serviços de transporte deverão utilizar veículos com a baixa emissão de gás carbônico, como motos ou patinetes elétricos. Além de contribuir com o meio ambiente, esses veículos ocupam menos espaço que carros, portanto ajudam a lidar com as questões de adensamento e falta de espaço.

Impactos da pandemia

Com base em uma análise de dados do iPhone da Apple, a McKinsey afirma que o número de quilômetros percorridos pelos passageiros com veículos de micromobilidade tanto particulares quanto compartilhados diminuiu em torno de 60% a 70% na Europa e nos Estados Unidos durante a pandemia.

A mesma fonte de dados, porém, mostra uma forte recuperação dos deslocamentos de micromobilidade, indicando uma tendência de retorno nos próximos dois anos dos níveis de viagens anteriores à crise. Em longo prazo, os quilômetros percorridos por cada passageiro por serviços como patinetes elétricos podem ser até 10% maiores do que antes da pandemia, aponta a McKinsey.

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Antes da crise, os adeptos da micromobilidade escolhiam a modalidade por conta das viagens mais rápidas, informa a consultoria. Agora, a preocupação dos usuários é o risco de infecção. Isso pode levar os consumidores a preferirem a propriedade privada de e-scooter ao compartilhamento, o que deve impulsionar o mercado desse veículo.

Patinetes elétricos na América do Sul

Pelo menos três empresas disputam o mercado de compartilhamento de e-scooters sem estação fixa na América do Sul. (Fonte: Shutterstock)

As empresas que oferecem serviços compartilhados de patinetes elétricos passaram a receber investimentos com a expectativa do crescimento duradouro do setor. A startup brasileira Yellow, fundada em 2017, recebeu US$ 63 milhões em investimentos, um dos maiores na história da América do Sul.

Em 2019, a Yellow se fundiu com a Grin — uma startup de e-scooters com sede na Cidade do México — para formar a Grow Mobility. Essa empresa tem lutado para encontrar um modelo de negócios sustentável e, em junho, foi adquirida pelo investidor chileno Felipe Henriquez, responsável pela fusão da Peixe Urbano com o Groupon.

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A organização disputará o mercado sul-americano com outras grandes empresas. Entre elas estão a Cosmic Go, com sede na Colômbia, que permite às pessoas alugarem carros, bem como e-scooters, ciclomotores e bicicletas; e a Movo, com sede na Espanha, que se expandiu internacionalmente para vários países sul-americanos, criando frotas de e-scooters na Colômbia, no Peru e no Chile.

Fonte: TRaffic Technology Today, Marcket Place, kantar, Tecmundo, McKinsey, CBInsights.

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