O presente e o futuro do bike boom durante a pandemia

19 de agosto de 2020 3 mins. de leitura

Ciclovias temporárias, vales para conserto de bicicletas e outros incentivos podem levar o mundo à nova era de ouro da bicicleta

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Desde o início da pandemia, incentivos ao uso de bicicletas têm surgido em vários lugares do mundo, afinal a mobilidade ativa possibilita que as pessoas se desloquem pela cidade mantendo o distanciamento social, além de ser uma alternativa de exercício físico. Mas será que os cidadãos estão reagindo de forma positiva a ciclovias temporárias, vales para conserto de bicicletas e outros estímulos a esse meio de transporte? Ao que tudo indica, sim.

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No fim de julho, o governo britânico começou a distribuir vouchers que custeiam até 50 libras do valor total do conserto de bikes. A iniciativa foi tão bem aceita que o primeiro lote com 50 mil vales se esgotou em poucas horas. Nos próximos meses, o governo pretende distribuir 500 mil tickets, tendo um custo total de 25 milhões de libras.

A abertura de ciclovias tem sido uma tendência global durante a pandemia de covid-19. (Fonte: Pexels)

A ação integra um programa que vai investir mais de 2 bilhões de libras no incentivo ao ciclismo como meio de transporte no Reino Unido. Para o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a pandemia e o isolamento social podem acelerar uma tendência pela qual muitos planejadores urbanos ansiavam e levar a uma “era de ouro do ciclismo” em metrópoles de todo o mundo.

Uma matéria publicada em junho pelo jornal inglês The Guardian mostrou que as vendas de bicicletas no país cresceram mais de 60% em abril após queda de 8% nos três primeiros meses do ano.

Bike boom em todo o mundo

O aumento também foi observado em outros lugares. Uma reportagem do Boston Herald no início de agosto indica que donos de lojas de bicicleta da região de Boston (EUA) estão sem estoque e recebem ligações de pessoas de todo o país querendo bikes para comprar. A busca por peças para consertar veículos antigos também está em alta nos Estados Unidos, e serviços de compartilhamento de bikes registraram procura maior nos últimos meses, segundo o jornal.

Venda de bicicletas cresceu em todo o mundo durante a pandemia. (Fonte: Pexels)

No Brasil, mesmo em um momento de crise econômica e com muitas pessoas recebendo auxílios do governo, a venda de bicicletas também está crescendo. De acordo com dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), julho de 2020 registrou aumento de 118% em relação ao mesmo período do ano passado; em maio, as vendas já tinham sido 50% maiores que no mesmo mês de 2019.

O poder público de algumas cidades brasileiras está se organizando para oferecer estrutura para esses novos ciclistas do bike boom. Segundo o instituto WRI Brasil, a Prefeitura de Belo Horizonte (MG) consultou especialistas para criar ciclovias temporárias nos locais com maior demanda — e a rede já está com 30 quilômetros.

Em agosto, Curitiba (PR) começou a implementação de ciclofaixas nas ruas João Bettega e Padre Anchieta, duas importantes vias de deslocamento entre bairros da cidade. O Plano de Estrutura Cicloviária da capital paranaense, instituído em 2019, tem como objetivo aumentar a malha dos atuais 208 quilômetros para 408 quilômetros até 2025.

Fonte: The Guardian, Aliança Bike, WRI Brasil, Prefeitura de Curitiba

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