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Não são apenas os drones e os carros autônomos que estão se apresentando como novas soluções para o transporte e ganhando maior espaço nos últimos anos. Hoje, os caminhões autônomos também representam um meio de contribuir com um transporte mais ágil e seguro, demonstrando que, além do debate sobre a substituição do diesel por fontes renováveis e a descarbonização do transporte, a automação tem recebido maior impulso.
No Brasil, a operação se iniciou mais restrita a locais fechados, com foco na agricultura e prestando papel importante na colheita das safras, mas atualmente os caminhões autônomos respondem por parte da frota utilizada para transporte de minérios que são destinados à exportação em Carajás, no Pará, como reflexo do uso mais consolidado em outros países. O funcionamento, por sua vez, dá um vislumbre importante do processo de transformação pelo qual o setor está passando.
Os caminhões autônomos usam sensores e câmeras para controlar o tráfego, refletindo-se em uma série de benefícios que podem impulsionar de forma mais substancial a adoção desses produtos no país. Apesar de a realização do trajeto dispensar a presença de um motorista no interior do veículo, é um equívoco supor que a mão de obra humana seja desnecessária para o bom funcionamento do serviço.
O que ocorre com a adoção dos caminhões autônomos, na verdade, é a possibilidade de alocar o condutor em outro papel. Ou seja, mesmo seguindo comandos que definem detalhes acerca do trajeto que será percorrido, ainda é importante que a supervisão seja realizada por profissionais qualificados para tal função.
Esse acompanhamento é uma função estratégica no setor, uma vez que trabalhar com um caminhão autônomo exige qualificação específica, abrindo novas oportunidades de trabalho e desenvolvimento. Afinal, é a segurança, sobretudo, um dos grandes propulsores dos caminhões autônomos. Além das longas viagens que podem exaurir o motorista, o risco de acidentes é um dos fatores que sempre colocaram a vida dos condutores em risco.
A utilização desses veículos, portanto, não representa apenas a redução no tempo de viagem, mas também a possibilidade de diminuir a taxa de acidentes e mesmo a incidência de roubo de cargas. De forma geral, isso se reflete tanto em menor desgaste do automóvel como em menor uso de combustível, tornando o meio especialmente vantajoso para percorrer grandes distâncias, nas quais a redução de custos se torna mais evidente.
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Muitas transportadoras já estão adotando formas de otimizar essa economia, como pode ser percebido na utilização do sistema de comboio nas estradas. Nele, é possível que o motorista do primeiro veículo determine a condução dos demais, que seguem o trajeto repetindo as manobras do caminhão à frente. O destaque é que, quando várias carretas permanecem em fila, a redução do atrito com o ar contribui também para a diminuição no gasto de combustível.
Apesar de ser possível converter um caminhão comum em autônomo com a instalação de dispositivos e sistemas de direção, há empresas que enxergam a fabricação de um veículo exclusivo para essa finalidade uma solução mais eficiente. Ou seja, essa mudança não visa substituir o trabalho humano, e sim tende a priorizar o emprego qualificado e abrir novas oportunidades de atuação no setor.
A expectativa é que o ceticismo que tornou tímida a adoção do serviço nos últimos anos no País seja substituído pelo maior enfoque nas vantagens. A produção desses veículos em solo brasileiro tem acompanhado maior demanda, e as montadoras têm recebido encomendas de novas unidades para serem entregues em 2023. Em larga escala, isso tende a impulsionar a constante realização de testes e o desenvolvimento de recursos que tornem o transporte cada vez mais eficiente, econômico e seguro nas estradas.
Fonte: Estadão