Carros importados sempre foram sonhos de consumo para entusiastas e colecionadores de itens de automobilismo. Mas será que, atualmente, vale a pena importar carro para o Brasil? Entenda melhor quais são as condições necessárias para realizar o processo e descubra em que situações importar veículos é um bom negócio.
Ao longo dos anos, o Brasil teve altos e baixos números de importações. Durante o início dos anos 1990, o então presidente Fernando Collor reduziu a barreira para carros importados, o que fez a indústria nacional ter que “correr atrás” para não ficar defasada em relação à tecnologia dos modelos de fora.
No início dos anos 2000, foi a vez de o presidente Lula retirar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros importados, então, com o dólar baixo, uma nova leva de carros de fora invadiu o País. Atualmente, porém, com o dólar alto e grandes doses de impostos e burocracia, o mercado de carros importados está bem mais segmentado.
Isso não quer dizer que importar um carro nunca valha a pena. No geral, automóveis da Europa e dos Estados Unidos têm tecnologia e itens de segurança e de desempenho bem melhores do que os equivalentes produzidos no Brasil. Então nem sempre o comprador encontra nos carros nacionais o que está procurando em um veículo importado.
Condições para importar carros
Segundo as atuais leis brasileiras, apenas podem ser importados veículos novos (zero-quilômetro) ou usados com mais de 30 anos, que devem estar inscritos em um clube de carros antigos e na Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA).
Além desses, algumas exceções são abertas para veículos militares, carros destinados a doação, automóveis recebidos como herança de estrangeiros ou carros de visitantes não residentes no Brasil. Se o veículo a ser importado se encontra em uma dessas categorias, é possível dar entrada no processo de forma pessoal ou com o auxílio de uma empresa especializada.
Processo de importação
Para importar um veículo, os seguintes passos são necessários:
- providenciar a habilitação no Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar), o que garante o poder de realizar o comércio exterior, e a certificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de que o veículo atende às leis ambientais brasileiras;
- encontrar um vendedor de veículos no exterior (loja ou particular);
- garantir que a importação atenda a todos os requisitos legais e que não haja impedimentos para o modelo pretendido (por exemplo, carros de passeio a diesel não podem circular no Brasil);
- emitir e encaminhar para deferimento a licença de importação ao Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx) e ao Ibama;
- emitir o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT) junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran);
- autorizar o embarque no exterior;
- realizar o registro da Declaração de Importação (DI – RFB) após a chegada ao Brasil;
- providenciar a liberação aduaneira junto à Delegacia da Receita Federal (DRF);
- cadastrar o código Marca/Modelo no Denatran por meio do CAT.
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Vale a pena importar carro?
O processo é bastante burocrático e trabalhoso, e o prazo para conseguir uma importação leva em torno de três meses, no mínimo. Devido a todo o trâmite, muitas pessoas preferem buscar a ajuda de uma empresa especializada, o que eleva o preço, mas dá mais garantias.
Apesar do trabalho, realizar a importação pode garantir preços mais baixos do que comprar o carro importado em uma concessionária. Portanto, se você procura um modelo e não encontra nada similar no mercado nacional, a importação pode valer a pena.
Fonte: Porto Eco, Doutor Multas, Insta Carro, Academia do Importador, Flat Out, FBVA.