Aproximadamente 500 mil motocicletas foram emplacadas no Brasil, ao longo dos seis primeiros meses do ano, mais especificamente 517,4 mil. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e representam um crescimento de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o Brasil sentia os primeiros impactos da crise causada pela pandemia.
Os números também não ficam muito abaixo dos registrados em 2019, antes da crise. Naquele ano, foram emplacadas 530,1 mil motos no primeiro semestre. De acordo com o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o mercado de motocicletas abaixo das 250 cilindradas foi aquele que mais contribuiu para o resultado positivo. Estas são mais baratas e muito usadas em serviços de entrega de comida e pequenas encomendas — que permaneceram aquecidos, mesmo durante a pandemia.
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Só não vende mais porque não tem
Avançando um pouco mais no ano, o mês de setembro registrou 108.848 emplacamentos de motocicletas no Brasil, o que é uma alta de 5,9% em relação a agosto e de 9,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior — quando as vendas já estavam se recuperando.
As previsões de crescimento do setor vislumbravam um aumento de 16,2% nas vendas de 2020 para 2021. Isso porque todo o setor estava sendo impactado por uma falta de peças causada pela crise dos semicondutores.
Porém, diante dos números positivos de agosto e setembro, a projeção voltou a ser puxada para cima: agora, as projeções mostram 22,9% de crescimento para as vendas de motocicletas no Brasil.
Segundo o presidente da Fenabrave, toda a demanda está sendo absorvida pelo mercado. Há fila de espera de 40 a 120 dias por alguns dos modelos mais vendidos. Até a oferta de crédito, algo que pode limitar as vendas nesse segmento, está sendo positiva: 47% dos financiamentos estão sendo aprovados atualmente.
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Motos pequenas e scooters se destacam
Dentro desse cenário, como dito, as motos pequenas são as que mais apresentam resultados positivos nas vendas. De todos os modelos disponíveis, a Honda CG corresponde a mais de um quarto do mercado brasileiro, com 29 mil unidades vendidas só em setembro. O segmento city, do qual ela faz parte, vendeu 43 mil motocicletas ao todo, sendo o mais bem-sucedido.
Outro destaque de 2021 são as scooters, que mostram outro lado das vendas de motos no Brasil: a busca por uma alternativa barata de mobilidade, devido ao aumento nos preços dos combustíveis. Segundo representantes do setor, esse estilo de motocicleta, em que o piloto vai sentado e tem mais proteção, é o favorito de quem está migrando para as duas rodas.
No mês de setembro, esse segmento vendeu 34,8 mil unidades, perdendo apenas para o city, mas estima-se que seu crescimento esteja ainda acima da média do mercado, com modelos como a Honda PCX e Yamaha NMAX apresentando números cada vez maiores. Para os próximos meses, o mercado depende do desenrolar da crise dos semicondutores. Porém, a constante demanda indica um futuro positivo para o setor.
Fonte: Fenabrave, Estadão.