Ícone do site Summit Mobilidade

Itália estrutura mobilidade para manter monumentos históricos

Ainda em construção, a Linha 9 do metrô de Barcelona terá 47 quilômetros de extensão e 52 estações

Quando a cidade de Roma começou a construir sua nova linha de metrô, a C-Line, inaugurada em 2018, já imaginava encontrar surpresas pelo caminho. Afinal, escavar uma região cuja história é riquíssima não é uma tarefa fácil.

Conheça o mais importante evento de mobilidade do Brasil

De fato, as surpresas vieram. Em 2016, escavando quase 10 metros abaixo do nível da rua, bem ao lado do Coliseu (onde será inaugurada a estação Amba Aradam), os trabalhadores encontraram um complexo gigante com 39 quartos. Especula-se que o local serviu como base militar para a poderosa Guarda Pretoriana.

Complexo com 39 quartos foi descoberto em meio a obras de metrô na Itália. (Fonte: Metrô Itália)

Mais tarde, foi descoberto outro local importante: a casa do comandante da guarda, que ostentava 14 quartos, uma área central e uma fonte, além de uma casa de banhos.

A obra é essencial para melhorar a circulação de moradores e turistas em um dos sítios históricos mais visitados da Itália, mas, ao mesmo tempo, como não preservar uma área tão valiosa? A solução encontrada pela administração municipal foi a de transformar a estação de metrô em um museu.

Estação de metrô na Itália integrará descoberta arqueológica. (Fonte: Metrô Itália)

Com previsão de inauguração para 2021 — possivelmente, alterada agora pela pandemia —, a estação Amba Aradam deve se tornar uma das estações de metrô mais belas do mundo, tornando-se uma atração turística.

Integração

Nem toda cidade histórica tem a sorte e o cuidado desse novo metrô de Roma, onde mobilidade e turismo dialogam com perfeição. Fora do subsolo, regiões mais visadas pelos viajantes costumam estar cercadas tráfego intenso, prejudicando não apenas a experiência do passeio, mas também a estrutura urbana.

Projeto em Atlanta transforma linha férrea antiga em rota sustentável

Nesse sentido, a Itália tem também muita experiência para compartilhar. Boa parte das soluções que o país adota segue justamente a lógica da nova linha de metrô de Roma: tornar a mobilidade parte do turismo, não acessório para chegar até o local de visitação.

Vielas estreitas incentivam o uso de carros menores ou da circulação a pé na Itália. (Fonte: Pexels)

Na maior parte das cidades turísticas do país, a circulação de veículos é limitada, e algumas regiões de algumas cidades, como Roma e Milão, aceitam somente a entrada de moradores. A prática garante menos poluição visual e sonora, mas também incentiva os visitantes a caminhar ou contratar um motorista local para chegar a seu destino.

O efeito colateral é ecológico: a atividade turística é responsável por 5% das emissões anuais de CO2, de acordo com o relatório da World Trade Organization de 2012.

Em abril deste ano, quando a Itália sofria com a pandemia de coronavírus, Milão decretou, como parte de seu lockdown, uma medida que limitava a circulação de veículos automotivos na cidade. Agora que o isolamento social afrouxou, o objetivo da administração local é que os longos congestionamentos e a lotação intensa do metrô não retornem da quarentena.

Itália oferece incentivo para compra de bikes durante pandemia

Em declaração para a imprensa, o vice-prefeito de Milão, Marco Granelli, apresentou um plano para transformar 35 quilômetros de ruas e avenidas em vias para ciclistas e pedestres. O planejamento se chama Strade Aperte (Estradas Abertas) e quer realocar as vias introduzindo o espaço para a micromobilidade.

O novo sonho das cidades italianas: ruas mais vazias de veículos e cheias de pessoas. (Fonte: Pexels)

Desafios

É claro que mesmo em um país com estrutura vigorosa existem desafios. Um relatório da Comissão Europeia verificou que, em 2019, o volume de passageiros entrando e saindo da Itália por meio das companhias nacionais foi de 915.663 milhões. O problema é que 91,86% dessas pessoas chegavam de carro ou ônibus pelas estradas.

Como diversificar opções de deslocamento? Inscreva-se para esse debate gratuito e online que integra o Summit Mobilidade Urbana!

Para tentar equilibrar o uso dos modais, a Itália vem investindo desde então na divulgação e no incentivo do uso de outras estruturas (como os metrôs e as ferrovias) com ações para facilitar a integração e de incentivos financeiros para o uso desses modais.

Fonte: Urban Hub, Smithsonian Magazine, Forbes, Research Gate.

Curtiu o assunto? Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade pode melhorar os espaços.

Sair da versão mobile