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O papel da inclusão digital na construção de cidades inteligentes

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A tecnologia aplicada nas cidades inteligentes pode ajudar os municípios a melhorar a prestação de serviços urbanos, a mobilidade dos cidadãos e outras medidas relativas à qualidade de vida. No entanto, nenhuma transformação tecnológica será completa caso não seja realizado um processo efetivo de inclusão digital.

O desafio da inclusão digital

A pandemia tornou mais evidente a exclusão digital de comunidades mais carentes. (Fonte: Shutterstock/pikswow/Reprodução)

A estratégia de cidade inteligente é frequentemente abordada sem levar em conta que nem todos têm acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A noção de melhorar a vida dos cidadãos parece vazia quando grande parte das pessoas pode não conseguir usar os serviços digitais oferecidos.

Não existe uma “solução mágica” para a complexa gama de desafios envolvidos em tornar a cidade inteligente mais inclusiva digitalmente. A saída precisa ser global e integrar governos, iniciativa privada, ONGs, pesquisadores e toda a sociedade civil.

O exemplo de Barcelona

Após identificarem que 8,1% da população de Barcelona não têm acesso à internet, um grupo de entidades públicas e privadas resolveram realizar um projeto-piloto de inclusão digital. (Fonte: Ajuntament de Barcelona/Reprodução)

Barcelona é considerada um dos exemplos de smartcity, por conta do uso de tecnologias inovadoras. No entanto, nem todos os cidadãos da cidade têm o mesmo acesso às ferramentas tecnológicas.

De acordo com uma pesquisa, durante a pandemia, mais de um quarto das crianças menores de 16 anos não conseguiram acessar aulas online. Entre os diversos fatores, estão a pobreza, a conectividade fraca, os dispositivos insuficientes e a falta de habilidade de membros da família para ajudá-los a se conectar ou guiá-los durante o processo de aprendizagem.

Para começar a mudar essa realidade, um projeto-piloto chamado Connectem Barcelona (“Vamos Conectar Barcelona”, em catalão), que conta com o apoio de 30 entidades e empresas, funcionará por um ano a partir de setembro de 2021 na comunidade de Trinitat Nova, uma das áreas mais pobres da cidade.

A iniciativa, considerada pela administração local como “a primeira política urbana a abordar a exclusão digital de forma multidimensional”, será focada em um único bairro para testar como a inclusão digital de um grupo pequeno pode repercutir na comunidade. O programa fornecerá banda larga gratuita e equipamentos para 400 residências.

Com dispositivos adequados e suficientes em casa, além de uma boa conexão, os moradores receberão treinamento sobre procedimentos comuns, como configuração de uma conta de e-mail. Após o domínio das tarefas básicas, os participantes receberão um treinamento em computação mais complexo. Os resultados do projeto piloto serão avaliados para definir e quantificar políticas para a eliminação da exclusão digital na cidade.

Fonte: Bloomberg, FGV, Ajuntament de Barcelona.

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