Surgido na Europa nos anos 40, o modelo de compartilhamento de carros tal como conhecemos hoje — também chamado de carsharing —, espalhou-se para a América do Norte a partir dos anos 90, de modo que também tenha alcançado o mercado brasileiro mais adiante.
À medida que as tecnologias ofereceram novas funcionalidades aos veículos, o serviço pôde evoluir da mesma maneira, conquistando maior aderência entre o público e ganhando maior relevância quando se leva em consideração problemas presentes nos grandes centros, a exemplo da poluição do ar e dos congestionamentos.
Conforme já indicava um estudo publicado no periódico Transportation Research Record em 2009, o compartilhamento de veículos é capaz de retirar de 4,6 a 20 veículos das ruas. Esse dado oferece uma amostra do potencial deste modelo para contribuir com a redução da frota de automóveis nas ruas.
Efeitos do uso de carros compartilhados
O compartilhamento de veículos possibilita uma mudança mais efetiva na mentalidade dos motoristas. Isso porque, além de maior consciência ambiental, a noção de posse do veículo tem dado espaço para o foco na experiência que um determinado serviço pode oferecer.
Portanto, ao refletir sobre como esse modelo pode se expandir no Brasil, é possível buscar por alternativas que supram necessidades do mercado interno, levando em consideração as lacunas presentes nos serviços de transporte público e a possibilidade de integrá-lo aos modais já existentes. Importar modelos que obtiveram êxito no exterior, por outro lado, também pode ser potencialmente benéfico.
Como exemplo disso, um programa piloto de Nova York buscou expandir o uso de carros compartilhados. Para isso, a iniciativa, que teve início em 2018, focou em expandir as vagas de estacionamento destinadas aos veículos compartilhados gradativamente, contribuindo assim para a ampliação do serviço.
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Resultados do programa em Nova York
Essa intervenção, ao longo de cinco anos, mostrou-se capaz de promover a redução dos gases poluentes no ar: estima-se que pelo menos 12 mil toneladas de gases-estufa deixaram de ser lançadas por ano.
Além disso, 1140 participantes do programa (o que corresponde a 7% do total) optaram por vender seus veículos ou não adquirir um novo. E, a partir dos resultados conquistados por meio dessa iniciativa, em fevereiro deste ano, a prefeitura anunciou que pretende expandir o número de vagas e oferecer ainda mais flexibilidade para quem optar pelo uso do carro compartilhado.
Esse caso mostra como fazer uso de incentivos para promover o compartilhamento de veículos tende a ser um caminho interessante para acelerar sua adoção nas cidades.
Entretanto, vale lembrar que aproveitar o compartilhamento de veículos para estimular o uso de carros elétricos, que não apresentam emissões, mostra-se como uma forma válida de potencializar ainda mais os benefícios obtidos em prol da sociedade.
Fontes: Transportation Research Record, UFRJ, Prefeitura de Nova York