Recentemente, a Ford chamou a atenção pelo fechamento de suas fábricas no Brasil como parte de um plano de reestruturação mundial da companhia, que pretende focar em produtos com maior valor agregado, diferentes dos que eram feitos aqui. Na Europa, os planos da companhia norte-americana apontam para um futuro próspero — e elétrico, seguindo tendências do mercado local.
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Em fevereiro de 2021, a Ford anunciou um investimento bilionário para eletrificar toda a sua linha de produtos no velho continente – US$ 22 bilhões até 2025. O anúncio é categórico e impõe uma meta ambiciosa: até 2030, todos os carros de passeio vendidos pela empresa nos países europeus serão elétricos e dois terços dos veículos comerciais também serão.
Mudanças em fábricas e na linha de produtos
A primeira decisão da empresa para colocar esse plano em prática é a reforma da fábrica em Colônia (Alemanha), sua principal linha de produção no continente — que, diga-se de passagem, oferece veículos aos consumidores europeus há 90 anos.
De acordo com o que foi divulgado, os primeiros elétricos dessa fábrica chegarão aos consumidores em 2023. Ainda não se sabe qual será o carro oferecido nesse momento, mas uma aposta segura é o Mustang Mach-E, modelo baseado no clássico dos anos 60 com design marcante e que também traz uma espaçosa carroceria SUV, em voga atualmente, juntamente com o motor elétrico.
Além disso, a empresa disse que todos os modelos que fazem parte de sua linha terão alguma versão com motor elétrico até 2026, o que inclui carros relativamente populares, como o Fiesta (que já foi comercializado no Brasil), e as vans comerciais. A fabricante é líder desse segmento na Europa — o que significa que muitos veículos não poluentes deverão tomar as ruas nos próximos anos.
Uma estratégia para o futuro
O anúncio da Ford vai ao encontro de uma tendência muito forte em território europeu: a eletrificação de toda a frota, com o intuito de diminuir a emissão de poluentes (como o CO2) por carros movidos a combustão.
Em países como a Noruega, a Tesla já é a fabricante que mais vende automóveis, mostrando que os consumidores também estão caminhando nessa direção. Lá, mais da metade dos automóveis vendidos já são elétricos — 54%, exatamente.
Ainda que os noruegueses tenham sido os primeiros a abraçar a nova alternativa de mobilidade, essa é uma tendência que está se espalhando por todo o continente: em dezembro de 2020, o elétrico Volkswagen ID.3 foi o segundo carro mais vendido da Europa, perdendo apenas para o Golf — historicamente o modelo de maior sucesso.
Também de olho nessa movimentação, a Fiat lançou a nova geração do 500 — um de seus modelos mais importantes — apenas com motorização elétrica. Já a fabricante de carros de luxo Jaguar anunciou que toda sua gama será elétrica já em 2025.
Além de uma preferência do consumidor, a eletrificação das linhas de produtos também é uma demanda legal: a União Europeia tem rígidas metas de emissão de poluentes, e vender automóveis híbridos ou elétricos é a melhor forma de atendê-las.
Quase todos os países do bloco oferecem grandes incentivos (como redução de impostos) para quem deseja comprar elétricos. Alguns, como a própria Noruega e o Reino Unido, têm planos de banir totalmente os veículos a combustão nos próximos anos.
Aqui no Brasil, os elétricos ainda não chamam tanta atenção quanto na Europa e não recebem tantos incentivos, mas estão começando a crescer na preferência do público: mesmo com aumentos substanciais nos preços por causa da alta do dólar, as vendas cresceram 221% em 2020.
Fonte: Estadão.
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