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O que é o Green New Deal?

Como associar a agenda ecológica e a redução das emissões do dióxido de carbono com a criação de empregos e desenvolvimento econômico? É isso que o Green New Deal se propõe a pensar.

Em português, Green New Deal significa “Novo Acordo Verde”. O termo foi inspirado no conjunto de propostas econômicas implementadas pelo presidente americano Franklin D. Roosevelt, em 1933, para recuperar a economia dos Estados Unidos e ajudar os prejudicados pela grande depressão.

O que é o Green New Deal?

A deputada Alexandria Ocasio-Cortez de Nova York e o senador Edward J. Markey de Massachusetts, ambos proponentes do Green New Deal. ( Fonte: The New York Times/ Pete Marovich/ Reprodução)

O termo passou a ser utilizado por políticos em 2007, mas já circulava entre os ambientalistas antes disso. Em 2008, Barack Obama lançou um pacote de US$ 800 bilhões para alavancar a economia, dando destaque aos subsídios para empresas que trabalhavam com energia renovável. 

Recentemente, em 2019, membros do Partido Democrata nos Estados Unidos, o senador Edward John Markey e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, apresentaram uma resolução do Green New Deal. Esse relançamento do projeto visa frear as ações impostas por Donald Trump durante a sua presidência e criar um plano de desenvolvimento sustentável no país. 

O Novo Acordo Verde tem fortes inspirações no original New Deal, mas considera o meio ambiente como uma das principais preocupações, ou seja, na atual crise vivida no país e no mundo, os investimentos devem ser destinados a atividades sustentáveis, com propósito de redução do uso de combustíveis fósseis, diminuindo a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e as mudanças climáticas.

Assim, o projeto busca restabelecer um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico sem abrir mão da política ambiental. Vale ressaltar que a resolução proposta não é vinculativa, ou seja, mesmo com a aprovação do Congresso, a proposta não se tornará uma lei.

Quais são as propostas desse acordo?

Os Estados Unidos esperam que, até 2030, 100% da eletricidade americana seja produzida por fontes de energia limpas, renováveis e sem emissão de carbono. (Fonte: Freepik/ngad/ Reprodução)

O Green New Deal tem duas vertentes principais. A primeira delas busca a transformação estrutural da regulamentação dos sistemas financeiros, gerando mudanças nos sistemas tributários. A globalização e a desregulamentação financeira facilitaram a criação de crédito, criando bolhas e promovendo um consumo ambientalmente insustentável. 

A intenção do novo acordo verde propõe a redução da taxa de juros dos bancos, para facilitar a construção de uma nova infraestrutura de energia e transporte. Para evitar a inflação, o acordo sugere controle rígido dos empréstimos e geração de crédito.

A segunda é a exigência de um programa sustentável de conservação de energia e investimento em energia renovável. O objetivo é propiciar economias resilientes de baixo carbono, com alta taxa de empregos. O acordo prevê a liderança dos Estados Unidos na promoção de um modelo econômico sustentável, com meta de ter zero emissão de carbono no mundo até 2050. A intenção é que outros países se engajem no acordo.

As propostas foram criadas utilizando os dados publicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2018, que apontou aquecimento global de 1,5°C e estipulou metas para os próximos 30 anos. Além disso, um estudo da Universidade de Yale, em 2019, mostrou que investimentos em energia limpa nos EUA podem substituir 86% do uso do carvão como fonte energética até 2025. 

Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos, afirmou que as mudanças climáticas serão a base de sua política externa. Ele já aderiu ao Acordo de Paris, propôs aumento do número de veículos elétricos e se comprometeu com a instalação de 500 mil estações de recargas elétricas em rodovias. Embora os investimentos para a modernização do setor elétrico estejam previstos em quase US$ 500 bilhões, os benefícios poderiam passar a casa dos US$ 2 trilhões. 

Fonte: Ecycle, Inova Social, Unisinos.

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