Refletir sobre como as cidades se desenvolvem é importante, principalmente quando se observa como muitos dos processos atuais estão ultrapassados, sem contribuir de forma efetiva para a evolução ou a solução dos problemas existentes.
Nesse sentido, considerando que as tecnologias têm ampliado a percepção de uma série de detalhes, elas se mostram hoje eficazes em diversos trabalhos, como ao facilitar o monitoramento, a análise e a previsão de cenários urbanos, fornecendo um caminho alternativo para o aproveitamento das informações.
Esse bom uso dos dados é o que norteia o conceito de cidades responsivas, que vai além do proposto nas cidades inteligentes. Enquanto estas têm como preocupação primordial a oferta de recursos tecnológicos nos espaços, as cidades responsivas buscam usufruir das tecnologias e do compartilhamento de dados coletados de modo que a própria população seja inserida na tomada de decisão.
Aplicação aproxima a população do processo de tomada de decisão
Por mais que o conceito pareça complexo, a aplicação pode ser vista em situações bem práticas e presentes na rotina, como ao poder utilizar um recurso que compartilha informações do trânsito em tempo real com base nos dados de tráfego fornecidos pelos usuários. Dessa forma, quem consulta o sistema tem a opção de escolher o trajeto mais favorável.
O mesmo vale para o uso do transporte público, permitindo que sejam observadas dinâmicas no deslocamento tanto por órgãos governamentais quanto pela população, o que torna mais fácil atuar em mudanças para otimizar o fluxo de passageiros e ampliar a capacidade de transporte, quando necessário.[Quebra de Moldagem do Texto][Quebra de Moldagem do Texto]A segurança pública também pode ser continuamente aperfeiçoada dentro de uma cidade responsiva, uma vez que os dados coletados por diferentes órgãos, quando compartilhados de forma eficiente, são capazes de promover melhorias, resultando em um tempo de resposta menor para situações que exigem auxílio, como vistas em acidentes e em desastres naturais, beneficiando a população.
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Compartilhamento de experiências, perspectivas e demandas
Nessa mesma linha, o compartilhamento de experiências sobre diferentes recursos presentes na cidade também pode fortalecer a demanda por mudanças positivas em ruas, parques, ciclovias, demais espaços e serviços que necessitam de algum tipo de intervenção.[Quebra de Moldagem do Texto][Quebra de Moldagem do Texto]Assim, o conceito de cidade responsiva vai além do processo de digitalização, uma vez que usa a tecnologia colaborativa na busca de identificação de necessidades antecipadas ou mesmo que não estão evidentes por estarem presentes em uma minoria.
Isso torna mais fácil, por exemplo, promover o acesso universal e a acessibilidade, fazendo que o modelo inflexível presente nas cidades atualmente se torne mais adaptável a diferentes cenários, conectando pessoas e recursos e ao mesmo tempo estabelecendo novas formas de contato entre o governo e a população.
Exemplos no mundo
Uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nos Estados Unidos fez que, a partir da coleta de dados demográficos e perspectivas compartilhadas pela população, fosse possível estabelecer um plano de ação para melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens de diferentes cidades, ampliando o acesso a serviços de saúde, escolas e áreas de lazer em uma estrutura mais pensada para eles.
Calgary, no Canadá, também conseguiu para atender melhor aos imigrantes, implantando políticas contra a xenofobia e identificando as necessidades dos novos moradores ao acolher esse grupo específico e oferecer os serviços necessários.
Sob essa ótica, é importante destacar como a oferta de serviços básicos se apresenta como um primeiro passo importante, mostrando também como Seul, cidade sul-coreana referência na disposição de serviços públicos on-line, não chegou a essa posição sem ampliar o acesso à informação e a oferta de internet de qualidade para a população.
Fonte: Cidades Sustentáveis, Unicef