Entenda como o conceito auxilia no planejamento e na análise de políticas
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Você sabe qual é o menor país do mundo? Acertou se disse Vaticano. A Santa Sé, que fica dentro da cidade de Roma e tem como chefe de Estado o Papa Francisco, tem cerca de mil habitantes, que vivem em apenas 0,44 km². E ele não é apenas o menor e menos populoso: é um dos menos povoados, ou seja, está entre os países com maior densidade populacional.
Essas diferenças acabam gerando algumas confusões. Então, se você quer conhecer esse conceito e acabar com as dúvidas, confira este texto. Tem tanta informação junta que você vai entender bem a ideia de densidade!
O conceito de população absoluta mede o número de pessoas de um determinado país ou região.
A China é um bom exemplo disso. Você pode ter estudado na escola que a China é um gigante (e é mesmo!), com quase 1,4 bilhão de pessoas, o país mais populoso do mundo soma quatro vezes o tamanho do terceiro lugar na lista, os Estados Unidos, com cerca de 331 milhões de pessoas. Em relação ao Brasil, a China é sete vezes maior.
A Índia, segundo país mais populoso do mundo, tem cerca de 1,35 bilhão de habitantes. Pode ultrapassar os chineses ainda nesta década em relação à população absoluta.
O mesmo vale para bairros, cidades e estados. Por isso, mesmo que não se empregue o nome “absoluto” no uso cotidiano, é esse conceito que baseia aferições comuns, como: “a cidade de São Paulo tem mais de 12 milhões de habitantes”.
Já o conceito de população relativa, também chamada de densidade demográfica, mede o número de habitantes de um local em relação ao território onde as pessoas se encontram. Se o primeiro conceito diz quão populoso é um país, ele fala do quão povoado ele é.
Em alguns casos, uma região pode ser populosa e povoada. São Paulo, por exemplo, atende às duas condições. Apresenta densidade de 7.398 hab/km² (bem maior do que a do Vaticano, por exemplo).
Esse método de análise muda bastante o ponto de vista. China e Índia, em termos de população relativa, ocupam apenas o 55° e o 20° lugar no ranking de densidade, respectivamente. O Brasil, sexto país mais populoso do mundo na contagem absoluta, cai para a 160ª posição em termos relativos.
Isso é útil para que geógrafos, administradores públicos e urbanistas poderem calcular, por exemplo, a infraestrutura necessária para que a população de um bairro ou de uma cidade se movimente.
Outra aplicação importante disso ocorreu durante a pandemia. As comunidades periféricas têm uma enorme densidade populacional, inviabilizando o distanciamento social prescrito pelos órgãos científicos. É isso que explica o fato de grandes cidades serem tão povoadas, mesmo que a extensão territorial seja grande.
Como você pode perceber, a ideia de densidade tem a mesma lógica da química, quando se preocupa em compreender o quão próximas as moléculas de uma substância estão entre si. É mais ou menos assim que se mede a densidade demográfica.
A conta é simples: número de pessoas / dimensão do espaço em km². Foi assim que se chegou, por exemplo, à densidade demográfica do Vaticano: o pequeno Estado tem 1.891 habitantes/km², quarta maior densidade populacional do mundo.
Se você gosta de calor, não está sozinho. A outra ponta da lista é ocupada por alguns dos países mais frios do mundo. A Groenlândia tem a menor densidade populacional do globo: 0,026 habitantes/km². Pouco mais de 50 mil pessoas dividem uma área maior do que o México.
Para ter uma ideia do que isso significa, considere que, para a Groenlândia chegar à mesma densidade do Vaticano, ela teria que aumentar sua população em mais de 70 mil vezes. E, se isso acontecesse, ela teria uma população de mais de 400 bilhões de pessoas! Mais de 50 vezes a população do mundo hoje.
Por sorte, esse cálculo serve apenas para ilustrar como a ocupação do território é relevante, mas vale a pena pensar de que forma se ocupa o território e que outras lógicas de construir espaços humanos pode ser possível.
Fonte: Brasil Escola.