As mortes decorrentes do trânsito são evitáveis. Algumas cidades alteraram o limite de velocidade como estratégia para diminuir os acidentes
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Temas referentes à mobilidade urbana têm estado no centro de discussões ao redor do mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são aproximadamente 1,3 milhão de mortes decorrentes de acidentes de trânsito anualmente. Calcula-se que 90% de todas as vítimas.
Em resposta a esses dados alarmantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) quer traçar estratégias que ofereçam mais segurança para a população, passando pela redução da velocidade.
No ano de 2020, ocorreu a Conferência Ministerial Global sobre Segurança Rodoviária. Foram mais de 1,7 mil participantes debatendo assuntos relacionados ao trânsito.
Nessa ocasião, ocorreu a divulgação e a assinatura da Declaração de Estocolmo sobre Segurança nas Estradas. O documento foi adotado por 140 países, e os participantes visam reduzir as mortes decorrentes de acidentes de trânsito pela metade até 2030.
A declaração afirma que, caso medidas não sejam tomadas, serão 500 milhões de mortes e ferimentos em todo o mundo nos próximos 10 anos. Ainda, é destacado que os acidentes acometem de forma mais frequente crianças e jovens com idade de 5 a 29 anos.
A Semana Global de Segurança no Trânsito ocorreu entre 17 e 23 de maio de 2021. Durante esse período, foram criadas iniciativas em favor da adoção do limite de velocidade de 30 km/h em áreas urbanas.
O assessor de segurança viária da OMS no Brasil, Victor Pavarino, afirma que as mortes podem ser drasticamente reduzidas caso as cidades adotem esse limite de velocidade. Segundo ele, além da redução de acidentes, a solução permitiria uma melhor fluidez no trânsito.
Em Curitiba, no Paraná, as vias estão tendo seus limites de velocidade alterados para 50 km/h. O projeto se iniciou em 2020 e agora avança em direção a diversas ruas e avenidas.
A superintendente de trânsito, Rosangela Battistella, afirma que apenas duas vias rápidas permanecerão com um limite maior, as demais ruas terão a mudança implementada.
A cidade de São Paulo também tem realizado esforços para reduzir os acidentes de trânsito. A prefeitura lançou em 2019 o plano “Vida Segura” e reduziu a velocidade máxima em 24 vias da capital.
3. Bruxelas
Localizada na Bélgica, a cidade de Bruxelas fixou o limite máximo de velocidade em 30 km/h. A regra vale para carros, motos e bicicletas.
A nova velocidade foi testada por dois anos em uma comunidade menor, os resultados foram promissores e reduziram em 12% os acidentes com vítimas. Além dos acidentes, a cidade ficou mais silenciosa, a poluição diminuiu e as pessoas passaram a economizar mais com combustível.
Uma das cidades mais importantes dos Estados Unidos, Nova York reduziu o limite de velocidade para 40 km/h. A meta é zerar o número de mortes decorrentes do trânsito até 2024.
Na cidade, o principal problema são os atropelamentos. Eles correspondem a 56% de todas as mortes de trânsito. Crianças e idosos são as populações mais vulneráveis.
A capital francesa decidiu reduzir seu limite de velocidade para 30 km/h. A mudança ocorreu em quase toda a cidade. Apenas algumas vias, que não têm muito acesso de pedestres, têm o limite de 50 km/h. O anel viário que circunda a cidade tem limite de 70 km/h.
Fonte: Portal do Trânsito, Motor 1, Road Safety, ONU, Prefeitura de Curitiba, Prefeitura de São Paulo, Euronews, Portal do Trânsito.