A cidade chinesa do tamanho de São Paulo é a primeira no mundo a ter apenas veículos elétricos operando no transporte coletivo
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Shenzhen é conhecida como o Vale do Silício chinês. Com mais de 12 milhões de habitantes, a cidade se tornou um polo econômico importante desde o fim da década de 1970.
Isso é um caso paradigmático de uma nova China aberta ao ocidente: foi a primeira zona econômica especial com desenvolvimento de tecnologia de ponta e ambiente propício à inovação.
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Desse modo, é por conta de suas ruas que Shenzen tem ganhado a atenção das pessoas mundialmente. A região, que tem uma população próxima a de São Paulo, trocou sua frota de ônibus e, hoje, tem todo seu transporte público operando com veículos elétricos.
A cidade é a primeira do mundo a conseguir esse marco, que também promoveu a substituição de sua frota de táxi — a meta de concluir essa etapa até 2020 já foi cumprida.
Essa política é especialmente importante porque o fluxo de pessoas supera a população da cidade. Além da movimentação estimulada pelas atividades comercial e portuária em franca expansão, Shenzhen é ainda o caminho que liga China a Hong Kong. Por isso, a emissão de poluentes na cidade vinha atingindo níveis preocupantes.
A frota de Shenzhen possui mais de 16 mil ônibus circulando, que demandaram mais de 8 mil pontos de carregamento distribuídos em mais de 500 locais da cidade. Cada ônibus tem a autonomia de 250 quilômetros. Estima-se que essa mudança economize mais de 300 toneladas de combustíveis e evite a emissão de mais de 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
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Por ter população e atividade comercial comparáveis às paulistanas, é possível compreender a dimensão do empreendimento. A cidade chinesa sai na frente em relação ao número de ônibus circulando, de quilometragem do metrô (modal que também opera sob eletricidade) e de quilometragem de ciclovias urbanas.
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Esse movimento é especialmente surpreendente porque, há dez anos, Shenzhen era uma cidade menor e mais poluída que São Paulo, até que entrou em um programa de recuperação e se comprometeu a operacionalizar diversas mudanças na infraestrutura, desde às transformações na frota de transporte coletivo, como na substituição da iluminação pública comum por lâmpadas de LED.
Esse feito só é possível graças aos anos seguidos de crescimento no PIB chinês. Assim, após a poluição nas principais cidades do país chegar a níveis alarmantes, a China vem dando incentivos fiscais poderosos às empresas que adotam modais menos poluentes.
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Soma-se a isso um investimento público vigoroso em pesquisa e desenvolvimento na área de energia limpa, que permite soluções de longo prazo, como as adotadas em Shenzhen, podendo tirar a China da lista dos países mais poluidores do mundo.
Além dos ganhos ambientais, há outra série de benefícios que são gerados dessas mudanças. Os gastos públicos com o adoecimento populacional em ambientes poluídos e a demanda por resfriamento de ambientes inseridos nas ilhas de calor, agora menos intensas, são exemplos de como as vantagens do modelo podem solucionar outros problemas urbanos envolvidos na cidade.
Fonte: Mobilize, Carro Elétrico.
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