Como medir a felicidade nas cidades?

27 de junho de 2020 3 mins. de leitura

Especialistas apontam que a felicidade não depende apenas da estrutura oferecida nos grandes centros

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Estudos sobre cidades costumavam estimar a satisfação das pessoas nos ambientes urbanos de acordo com medidas tangíveis, como dinheiro, consumo, salários, valores de aluguel e acesso a atrações culturais. Esses indicadores objetivos, no entanto, não pareciam cobrir toda a complexidade da vida em grandes centros ou em pequenos municípios.

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A simples contabilização de atributos que as cidades apresentam deu lugar, aos poucos, a critérios mais subjetivos de avaliação, como o índice de felicidade dos habitantes de um local. A qualidade de vida passou a ser medida com base em fatores como saúde mental, satisfação com a vida e senso de comunidade.

Quanto menos gente, melhor

Pesquisadores como Okulicz-Kozaryn levantaram dados sobre a relação entre densidade populacional e felicidade. A conclusão foi que, em cidades com população a partir de 100 mil habitantes, pode-se verificar certo declínio do bem-estar do cidadão. Mas, claro, existem muitos fatores que podem determinar por que algumas pessoas escolhem morar em cidades maiores.

Grandes centros urbanos se tornaram o ponto focal para o desenvolvimento do empreendedorismo, da criatividade e da inovação. No entanto, verifica-se também nesses espaços um alto grau de introspecção, criticismo e neurose.

Senso de comunidade é fundamental para uma vida feliz. (Fonte: Pexels)
Senso de comunidade é fundamental para uma vida feliz. (Fonte: Pexels)

Do IDH ao bem-estar subjetivo

Recentemente, iniciativas como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) passaram a mapear fatores que influenciassem o contentamento dos cidadãos. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), o Atlas da Vulnerabilidade Social e o Atlas da Violência (IPEA) produziram um vislumbre sobre o potencial dos municípios brasileiros.

Mobilidade urbana: iniciativas também dependem do cidadão

Outra classificação interessante foi criada no Butão: chama-se Felicidade Interna Bruta. Em vez de considerar apenas a riqueza ditada pelo Produto Interno Bruto (PIB), o quarto rei do país criou essa denominação, que engloba bem-estar psicológico, cultura, meio ambiente, governança, educação, políticas de saúde, uso do tempo, padrão de vida e nível de interação do indivíduo com a sociedade, ou seja, a vitalidade comunitária.

Butão criou o Felicidade Interna Bruta, que mede a felicidade de um lugar. (Fonte: Shutterstock)

Com base nessa classificação, o Relatório Mundial da Felicidade, da ONU, foi a primeira pesquisa feita sobre felicidade global. O índice considera, sim, a renda, mas vai além: liberdade, políticas públicas, expectativa de vida, generosidade e percepção de corrupção (confiança) são fatores que integram a equação final.

Preceitos como a sustentabilidade e o bom aproveitamento/gerenciamento de recursos fazem a diferença na vida contemporânea. Indivíduos que vivem em cidades pequenas, mas localizadas perto de grandes centros, por exemplo, possuem esse equilíbrio — que faz com que se sintam mais contentes.

Fonte: Revista Cities, CityLab, Inovação Sebrae Minas, Jornal da USP, Science Direct.

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