Enquanto países declaram o fim dos carros a combustão, investimentos em mobilidade verde prometem acelerar substituição de petróleo
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“A era do petróleo pode estar chegando ao fim” é o que apontam previsões de agências governamentais, consultorias financeiras, como McKinsey, e até mesmo empresas do setor, como a British Petroleum. A produção diária de barris do produto deve declinar 31% até 2050 e 60% até 2100.
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Entre os fatores que podem justificar esse movimento estão uma combinação associada à mudança climática, o que leva a uma maior tendência de utilização de veículos elétricos e de mobilidade sustentável, e preços mais baixos do petróleo, que reduzem a lucratividade do segmento e sua capacidade de investimento em novas infraestruturas e tecnologias.
Alguns países já decretaram, inclusive, uma data para o fim dos carros a combustão. A França vai proibir a venda de veículos com combustíveis fósseis até 2040. O Reino Unido estipulou 2035 como data limite. Cidades como a capital mexicana, Paris, Madrid e Atenas querem banir novos carros a diesel ou gasolina já a partir de 2025.
Durante a pandemia de covid-19, a demanda por petróleo caiu em mais de um quinto, e os preços despencaram enquanto a mobilidade verde ganhou destaque. Já houve crises no preço do petróleo antes, mas esta bem acompanhada de grandes investimentos em indústria de energia limpa por parte de governos e empresas.
Com as taxas de juros perto de zero, os políticos estão apoiando planos de infraestrutura verde e os estoques globais de energia limpa aumentaram 45% este ano. Somente a União Europeia reservou US$ 264 bilhões para medidas climáticas, o que representa 30% dos US$ 880 bilhões de seu plano de recuperação para a crise provocada pela covid-19.
As fontes energéticas deste século prometem ganhos para o planeta, a saúde humana e, ainda, uma política mais estável e uma economia menos volátil. Um novo sistema de energia está surgindo, baseado em eletricidade renovável, como a energia solar e eólica.
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Fontes de energia sem emissão de carbono poderão ajudar a evitar o caos das mudanças climáticas não controladas, incluindo secas devastadoras, fome, inundações e deslocamento em massa. A energia fóssil é responsável por dois terços das emissões de gases de efeito estufa, tendo veículos de transporte urbano como grandes emissores.
Uma mobilidade verde também tornaria a economia menos dependente da concentração das reservas mundiais de petróleo. Dessa forma, as fontes de energia estariam menos vulneráveis a choques geopolíticos e crises econômicas, com menos guerras travadas para garantir o abastecimento seguro de petróleo em locais como o Oriente Médio.
A mudança para uma nova ordem de energia é vital, mas será complicada. A transição da matriz energética mundial deve ser feita com cuidado para produzir efeitos benéficos.
A China poderia temporariamente ganhar influência sobre o sistema de energia global por causa de seu domínio na fabricação de componentes-chave e no desenvolvimento de novas tecnologias. Hoje, as empresas chinesas produzem 72% dos módulos solares do mundo, 69% das baterias de íon-lítio e 45% das turbinas eólicas.
Dessa forma, os países devem acelerar a regulamentação e os investimentos em seus setores de energia sustentável, para que os preços da eletricidade e de seus componentes não sejam determinados apenas por alguns grandes atores.
Fonte: The Economist, Funverde, Fundação Alexandre Gusmão, Empresa de Pesquisa Energética, Jornal do Carro.