Segundo levantamento da Aliança Bike, a pandemia foi um dos fatores que influenciaram o crescimento da procura por bicicletas
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Levantamento realizado pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) registrou aumento de 64% nas vendas do modal em setembro e outubro em comparação com o mesmo período de 2019. A pesquisa foi realizada com mais de 40 empresas associadas à entidade.
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Para a Aliança Bike, o bom momento vivido pelo mercado pode ser explicado em parte pela pandemia, já que o hábito de pedalar apresenta baixo risco de contaminação e é uma atividade que pode ser praticada sem companhia, sendo recomendada, inclusive, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outros levantamentos já haviam mostrado crescimento nos meses anteriores. Em maio e junho, o aumento registrado foi de 50%; em julho, de 114%; e em agosto, de 93%.
O problema é que o mercado de bikes tem tido dificuldades no fornecimento de componentes, especialmente vindos de países asiáticos, porque o aumento nas vendas tem ocorrido em quase todos os países pelo mesmo motivo. Embora os comerciantes estejam conseguindo manter o crescimento das vendas, muitos clientes reclamam de dificuldade para encontrar modelos, peças e acessórios.
A Aliança Bike estima que no início de 2021 a oferta estará ajustada à demanda, especialmente com a normalização da importação e da distribuição de componentes. Como explica Giancarlo Clini, presidente da instituição, no primeiro momento da pandemia os fornecedores acabaram vendendo tudo o que tinham em estoque, e isso ocorreu em nível mundial, já que as fábricas também estão em sua capacidade máxima no exterior.
A alta procura e os atrasos nas entregas de peças para a montagem das bicicletas continuam impactando a capacidade de venda, então comerciantes e distribuidores estão buscando alternativas para lidar com esse desafio.
Em entrevista para o site da Aliança Bike, Daniel Aliperti, fundador e sócio-proprietário da loja Pedal Power Brasil, de São Paulo, explica que foi a pandemia que causou esse efeito na cadeia produtiva e de logística: “A indústria prevê que o crescimento irá durar pelo menos mais um ano e meio e, nesse período, certamente o abastecimento será regularizado”.
Ainda de acordo com o levantamento realizado pela associação, os modelos mais procurados pelos ciclistas do País continuam sendo as chamadas bicicletas de entrada, com valores que variam entre R$ 800 e R$ 2 mil. Nos centros urbanos, esses modelos funcionam não só como meios de transporte mas também para atividades físicas e de lazer.
A procura por bicicletas intermediárias, com valores entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, também cresceu em setembro e outubro, especialmente as mountain bikes. Esse dado apresenta uma mudança no perfil de consumo, mas ainda não é possível confirmar se continuará sendo uma tendência para o ano que vem.
Fonte: Mobilize e Aliança Bike
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