Aliança entre investidores e empresas do setor elétrico anunciam US$ 1 bilhão para colocar 3 mil ônibus elétricos nas ruas da América Latina
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Os ônibus elétricos já ganharam as ruas de cidades na América Latina, como Santiago, no Chile, e Bogotá, na Colômbia. No Brasil, o modal ainda engatinha, com a frota nacional concentrada em São Paulo e Campinas. No entanto, o potencial de aplicação da tecnologia no País é gigantesco e, nos próximos anos, novos investidores devem chegar ao mercado nacional.
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Pelo menos 32 diferentes modelos de ônibus elétricos a bateria serão ofertados, de acordo com um levantamento do WRI Brasil. Esse contexto permite uma transição mais rápida para novos modelos de mobilidade urbana, pois deve propiciar uma queda no custo devido à competitividade entre os fabricantes.
Na América Latina, 1.962 ônibus elétricos estão em circulação, de acordo com um levantamento de 2020 da plataforma E-Bus Radar. O número representa um crescimento de 43,6% em relação a 2019.
O Brasil tem a terceira maior frota de ônibus elétricos da América Latina — são 349 veículos. Com 48 municípios que apresentam mais de 500 mil habitantes, o que corresponde a 66,5 milhões de pessoas ou um terço da população nacional, há muito para expandir em frotas elétricas urbanas.
Apenas oito desses municípios têm veículos elétricos em circulação. São Paulo é a cidade com maior frota. Campinas, que hoje tem a segunda, realizou uma concessão para implantar 400 veículos a eletricidade nos próximos anos. A cidade é sede da BYD, fabricante chinesa que tem capacidade para produzir 720 unidades por ano.
De forma experimental, a eletricidade está sendo utilizada no transporte público em Brasília, Salvador (BA), Santos (SP), Bauru (SP), Maringá (PR) e Volta Redonda (RJ). Há utilização também no transporte rodoviário em um projeto-piloto de 18 meses no Espírito Santo.
O Brasil tem três fábricas capazes de produzir ônibus movidos a eletricidade. Além da BYD, estão presentes, no País, a Eletra — em São Bernardo do Campo (SP) — e a Volvo — em Curitiba (PR). Somente a BYD em Campinas é capaz de produzir 720 unidades por ano e pode dobrar a sua capacidade, caso seja necessário.
O investimento para aquisição dos veículos elétricos representa uma dificuldade na implantação dos veículos. O custo da bateria corresponde a aproximadamente 40% do total do veículo.
Porém, nos últimos anos, esse valor caiu cerca de 80%. A tendência de redução deve continuar, contribuindo para uma queda no preço do ônibus elétrico. Nos próximos anos, os investidores consultados pela WRI Brasil estimam uma queda de 20% até 2025.
Apesar da produção nacional, a maior parte dos modelos de ônibus oferecidos é importada e enfrenta a incidência de impostos que praticamente dobram o valor original.
A isenção de tarifa para a venda ou a importação de peças para veículos elétricos poderia baratear o custo e facilitar a implantação. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados, por meio do projeto de lei 4086/12, mas tramita lentamente.
A implantação da mobilidade elétrica no transporte urbano passa também por novos modelos de contrato de concessão. Santiago se tornou a segunda maior frota de ônibus elétrico do mundo, incluindo motores elétricos na sua nova concessão. Bogotá seguiu o exemplo e recentemente comprou mil veículos elétricos para operar pela empresa Transmilenio.
Campinas previu metade de sua frota movida a eletricidade em sua última licitação para o transporte público, mas é um caso isolado no Brasil, que ainda enfrenta resistência para a renovação da frota de modelos já ultrapassados (Euro VI movidos a diesel), sendo adiada até 2023.
Fonte: Agência IBGE de Notícias, WRI Brasil, Diário do Transporte, Auto Indústria, Câmara dos Deputados, BYD, Eletrabus.
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