Bicicleta elétrica pode ser uma opção em grandes cidades

11 de março de 2020 4 mins. de leitura

Adesão ao veículo elétrico esbarra no alto preço e na elevada taxa tributária

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A bicicleta elétrica vem chamando atenção de grandes montadoras de veículos e pode se tornar uma opção para o deslocamento em cidades. Volkswagen, Jeep e Peugeot já lançaram versões motorizadas do veículo no Brasil. As opções elétricas já estão disponíveis, inclusive, com software próprio e integrado, como no caso das fabricantes Vela e Specialized.

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Os modelos inteligentes podem permitir, por meio do celular, verificar o diagnóstico da bicicleta elétrica, registrar viagens e programar como a bateria deve ser consumida.

Apesar da aposta dos players do mercado, o segmento ainda não decolou no Brasil, como aconteceu na Europa e nos Estados Unidos. Uma pesquisa feita pela Aliança Bike, em parceria com a consultoria internacional Sidera Consult, mostrou que o aumento do registro de bicicletas elétricas na União Europeia cresceu de 400 mil unidades em 2010 para 1,2 milhão em 2015; nos EUA, as vendas saíram de 300 mil para 700 mil peças no mesmo período.

No Brasil, em 2010, foram vendidas três mil unidades. Em 2015, o número quase dobrou, mas as vendas ainda são tímidas frente ao tamanho do mercado nacional: apenas oito mil bikes.

Segundo o levantamento, a participação das versões elétricas no mercado nacional de bicicletas cresceu 15% entre 2010 e 2016. O preço é um dos fatores que dificultam a ascensão da modalidade no País, já que uma bike elétrica pode custar o equivalente a uma motocicleta.

A alta carga tributária é responsável por parte desse problema. Cerca de 85% do preço final das opções elétricas são impactados por cinco impostos. Somente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é de 35%, o mesmo de artigos de luxo ou danosos à saúde, como bebidas alcoólicas, refrigerantes e cigarros.

Regulamentação das bikes elétricas

Em 2013, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) equiparou a bicicleta elétrica ao modal convencional, permitindo o tráfego em ciclovias e ciclofaixas.

O avanço na legislação foi comemorado pela Abraciclo, associação que reúne fabricantes de motos e bicicletas. Para tanto, os veículos têm de ter potência máxima de 350W, controle de velocidade máxima em 25 km/h, sensor de esforço para ligar o motor elétrico quando o ciclista parar de pedalar e acionamento e funcionamento do motor auxiliar exclusivamente por meio do pedal.

As opções que não se enquadram nessas condições seguem outra norma: não podem trafegar em ciclovias e ciclofaixas e devem estar junto aos outros veículos motorizados em vias públicas.

A habilitação com carteira de motorista não é requerida e até menores de idade podem conduzir as bikes elétricas. Os veículos também não precisam ser emplacados.

Vantagens da bicicleta elétrica

A bike motorizada é um excelente substituto para o automóvel nos deslocamentos cotidianos. Segundo a WRI Brasil, um percurso de 5 km na cidade de São Paulo é feito, em média, em 29 minutos de carro, enquanto de bicicleta elétrica o tempo é de 17 minutos.

O modal também é muito mais econômico se comparado a outras opções motorizadas. Um trajeto diário de 16 km para o trabalho, que totaliza 320 km no mês, pode custar até R$ 128 mensais apenas em combustível, considerando um carro econômico, que faça 10 km por litro, e gasolina a R$ 4 por litro. Segundo estimativa da plataforma E-moving, o mesmo trajeto realizado com bicicleta elétrica custa R$ 6,40.

Além de serem mais rápidos e mais baratos, os deslocamentos com bicicletas elétricas não emitem poluentes, como os gases de efeito estufa.

A bicicleta elétrica pode, ainda, auxiliar o ciclista a chegar a seus destinos sem muita suadeira; e não necessariamente porque a pessoa não terá de pedalar, mas por um recurso chamado pedal assistido, que diminui o esforço necessário para colocar a bicicleta em movimento e ajuda a reduzir o impacto nos joelhos, tornando o veículo mais acessível também para idosos.

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