Bogotá usa ônibus elétricos para reduzir custos e poluição

11 de junho de 2020 4 mins. de leitura

Cerca de 500 veículos devem circular na cidade até o final de 2020

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O Sistema Integrado de Transporte Público de Bogotá deve receber, até o final de 2020, 483 ônibus elétricos. A capital colombiana pretende ser a cidade da América Latina com a maior frota desse tipo de veículo — hoje, Santiago do Chile ocupa o topo do ranking.

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Com zero emissão de gases poluentes, os ônibus elétricos devem diminuir a incidência de doenças cardiovasculares e respiratórias, que podem ser causadas por partículas emitidas pela descarga dos ônibus convencionais, frenagem e desgaste de peças dos veículos.

O trânsito em Bogotá é responsável pela emissão de 79% de micropartículas na cidade, segundo dados do governo colombiano. Veículos como ônibus, micro-ônibus e do sistema de BRT representam 35% da poluição emitida.

Principais benefícios dos ônibus elétricos

(Fonte: Prefeitura de Bogotá/Divulgação)
Ônibus elétricos devem economizar US$ 800 milhões somente com redução de hospitalizações nos próximos 30 anos em Bogotá. (Fonte: Prefeitura de Bogotá/Divulgação)

Ainda que o investimento inicial seja maior do que dos ônibus tradicionais, os veículos movidos a eletricidade apresentam custos menores de operação e manutenção. A longo prazo, somente isso torna os ônibus elétricos mais econômicos. Porém, esses veículos ainda economizam recursos da Saúde, uma vez que não emitem poluentes para andar.

A implantação dos ônibus movidos a eletricidade melhora a qualidade do ar e a saúde dos cidadão de Bogotá, além de reduzir os custos de operação do sistema de transporte coletivo da cidade. Segundo um estudo do instituto de pesquisa WRI, os ônibus elétricos podem evitar 2,9 mil hospitalizações e salvar 80 vidas nos próximos 30 anos.

As doenças e hospitalizações evitadas pela eletrificação do sistema de transporte podem evitar perdas anuais de cerca de US$ 50 mil, entre custos diretos, como hospitalizações, e custos indiretos, como perda de dias de trabalho, de acordo com o WRI. Em um período acumulado de 30 anos, a cidade evitaria o custo acumulado de mais de US$ 800 milhões.

Outras vantagens

Além da redução da emissão de partículas poluentes, os ônibus elétricos são mais confortáveis e silenciosos, têm menos vibrações e oferecem serviços de comodidade aos passageiros, como ar-condicionado e carregadores USB.

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O conjunto dessas vantagens pode tornar o sistema coletivo mais atraente e retirar tanto carros particulares quanto motocicletas das ruas, que são responsáveis por 22% da poluição, pelos congestionamentos e pelo aumento do número de acidentes de trânsito.

Os ônibus também possuem contadores eletrônicos de passageiros, equipamentos de áudio para informações institucionais e quatro câmeras para promover a segurança da operação do sistema — evitando assaltos a usuários e desestimulando passageiros a usar o serviço sem efetuar o pagamento.

Evolução do transporte em Bogotá

Conforto dos ônibus elétricos deve atrair usuários de veículos particulares e motocicletas (Fonte: Prefeitura de Bogotá/Divulgação)
Conforto dos ônibus elétricos deve atrair usuários de veículos particulares e motocicletas. (Fonte: Prefeitura de Bogotá/Divulgação)

Até o ano 1998, a capital colombiana era um péssimo exemplo de mobilidade urbana. O transporte na cidade crescia de forma desordenada, com elevados custos econômicos e sociais para seus moradores. Bogotá sofria com congestionamentos frequentes, altos níveis de poluição, tarifas elevadas, baixa rentabilidade dos empresários de transporte e difíceis condições de trabalho dos motoristas.

Quais cidades já têm ônibus elétricos no Brasil?

A partir da implementação do sistema de BRT TransMilenio, em dezembro de 2000, a cidade começou a passar por uma forte transformação. No entanto, os primeiros passos em direção à sustentabilidade no transporte coletivo vieram em 2018, com a licitação de modelos articulados com a renovação de 1.441 ônibus da frota.

Na licitação, foram comprados veículos com tecnologias que reduziam a emissão de partículas lançadas na atmosfera entre 95% e 99%. Mesmo assim, o sistema Transmilenio continuou sendo responsável por 3% das emissões de micropartículas poluentes no ar da capital colombiana.

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Agora, com licitação dos ônibus elétricos, o sistema de transporte de Bogotá se alinha à Lei de Mobilidade Elétrica e Sustentável da Colômbia, sancionada em 2019. A legislação garante incentivos de 150 milhões de pesos colombianos por meio de isenções de impostos e aplicação de outros para a implantação de veículos elétricos.

Fonte: WRI Brasil, Prefeitura de Bogotá, Upme, UFRJ.

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