Embora os carros elétricos estejam apenas começando a se popularizar no Brasil, faltam incentivos públicos para diminuir os custos e torná-los mais acessíveis. Em locais como os Estados Unidos e a Europa, eles já deixaram de ser só uma tendência. Há fabricantes que pretendem interromper a produção de veículos a combustão e países que almejam criar leis para bani-los totalmente de seus territórios em um futuro próximo.
Contudo, como dito, o preço dos carros elétricos zero quilômetro acaba afastando muitos brasileiros dessa tecnologia, sobretudo no Brasil, onde os modelos mais acessíveis custam entre R$ 150 e R$ 200 mil.
Mas uma alternativa menos custosa é adquirir kits para converter o seu carro a combustão em elétrico. Desse modo, já é possível usufruir de vários benefícios dessa tecnologia, como a emissão zero de poluentes, redução do uso de energias não renováveis, bem como o menor custo por quilômetro rodado.
Como funciona o carro elétrico?
Mercado é ainda incipiente, mas com potencial
A princípio, para que a conversão seja legalizada e o motorista possa rodar sem problemas, o serviço precisa ser feito por uma empresa homologada junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A questão é que ainda existem poucas empresas que se encaixam nesse quesito.
Uma delas é a Electro, de Minas Gerais, que realiza conversões com homologação para quatro automóveis: Fusca, Renault Kwid, Ford Ka e Fiat Fiorino (outros modelos podem ser convertidos, mas com custos extras para regularização). Uma vez convertido, o carro terá 70 cavalos de potência, com torque instantâneo para boas arrancadas na cidade, e 100 quilômetros de autonomia.
Segundo cálculos disponibilizados pela própria empresa, a conversão de um Ford Ka Sedan custa em torno de R$ 57 mil e proporciona uma economia de mais de R$ 6 mil ao ano, para quem roda 20 mil quilômetros no período.
Além do menor custo da energia elétrica em comparação com a gasolina, a manutenção do motor elétrico é muito mais simples e barata. Também há os benefícios ao meio ambiente, é claro.
Por outro lado, mais do que os carros novos, há um grande mercado a ser explorado para conversões de modelos antigos, com motores mais poluentes que os atuais. No exterior, fabricantes como a General Motors e a Jaguar já lançaram kits oficiais para os donos que desejam converter clássicos como a K5 Blazer e o E-Type.
Alternativas e novas empresas expandem os horizontes
No Brasil também há demanda para o bom e velho Fusca, como observa uma reportagem publicada em 2020 pelo Jornal da Universidade de São Paulo (USP). É possível encontrar diversos relatos e tutoriais de conversões desse modelo, ainda que de forma não oficial e legalizada.
Os donos compram motores e baterias de empilhadeiras industriais e instalam no lugar do motor a combustão do Fusca. O custo fica na casa dos R$ 12 mil e o carro é capaz de atingir entre 80 km/h e 100 km/h, com autonomia de 100 quilômetros. É possível submeter pedidos de legalização dessas conversões junto ao Departamento de Trânsito (Detran) estadual, mas sem a mesma previsibilidade dos serviços realizados por empresas.
Novas iniciativas estão surgindo para disseminar as conversões de automóveis a combustão em elétricos. A fabricante catarinense WEG estabeleceu uma parceria com a especialista em injeção eletrônica FuelTech, do Rio Grande do Sul, para comercializar kits em oficinas brasileiras. O projeto começará a ganhar escala no segundo semestre de 2021, conforme matéria publicada pelo caderno de economia do Estadão em maio.
Os planos das duas empresas incluem ter mil oficinas próprias ou credenciadas para realizar as conversões. Quem sabe, a partir disso, o processo se torne mais simples.
Fonte: Roda Verde, Jornal da USP, Estadão, Electro