Como a densidade de um município fomenta a sustentabilidade?

20 de abril de 2020 3 mins. de leitura

É preciso buscar estratégias para promover a densidade planejada

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A densidade diz respeito à forma como as coisas e as pessoas estão dispostas dentro do território de um município. A taxa de densidade de um lugar é calculada por meio da média entre o número de indivíduos que ali habitam e os limites espaciais. Em geral, grandes cidades são bastante densas, já que muitas pessoas habitam um espaço limitado.

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Isso traz uma série de questões complexas para a discussão sobre planejamento urbano: quais são os efeitos dessa densidade? Por que algumas áreas são mais densas que outras? Tudo isso deve ser levado em consideração quando se pensa a vida nas cidades.

Efeitos negativos da densidade

Aumento da desigualdade nas cidades é um dos efeitos da densidade
(Fonte: Pixabay)

Segundo o instituto de pesquisa WRI Brasil, a configuração urbana tradicional faz com que os centros das cidades abriguem a maior parte de empresas e empregos, mas, devido ao alto valor dos imóveis na região, os trabalhadores são impelidos a morar em zonas distantes, onde o custo é menor.

O adensamento dessas áreas periféricas gera problemas como dificuldade de acesso a serviços urbanos básicos e maior vulnerabilidade a desastres ambientais. Além disso, aumenta os gastos do poder público, que precisa investir mais em infraestrutura em locais cada vez mais distantes.

Essa dinâmica também faz com que muitas pessoas tenham que se deslocar nos mesmos horários para as mesmas áreas da cidade — o que leva a engarrafamentos e, consequentemente, a níveis altos de estresse e poluição.

Densidade planejada

Entretanto, nem toda densidade é ruim. Adensar áreas da cidade de forma estratégica pode contribuir e muito para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos. De acordo com o WRI Brasil, cidades mais compactas e com densidade geral mais alta podem proporcionar um transporte público de melhor qualidade e mais barato, mais eficiência energética e menor desigualdade social.

Densidade planejada oferece mais infraestrutura para a população
(Fonte: Pixabay)

Em 2018, um estudo realizado pelo Coalition for Urban Transition, iniciativa da New Climate Economy e do Urban Land Institute, mostrou que o aumento da “boa densidade” contribuiu para baixar os níveis de emissão de carbono e o consumo de energia local e per capita. Essas reduções se devem à queda do uso de automóveis particulares nos deslocamentos e à melhor eficiência energética em edificações.

Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS)

Um dos modelos de planejamento que podem contribuir para que a densidade seja planejada é o Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS). Segundo o WRI Brasil, essa é uma estratégia que integra planejamento do uso do solo e mobilidade urbana para promover cidades mais compactas, conectadas e coordenadas. Para que isso ocorra, esse tipo de modelo deve ser proposto nos Planos Diretores das cidades.

No documento DOTS nos Planos Diretores, o WRI Brasil defende que tal modelo “promove áreas urbanas compactas e com densidades adequadas à realidade onde é inserido, nas áreas próximas a eixos ou estações de transporte de alta ou média capacidade. Essa integração permite oferecer às pessoas uma diversidade de usos, serviços, além de acesso a oportunidades de emprego, lazer, habitação e espaços públicos, todos a uma distância caminhável das conexões de mobilidade, favorecendo a interação social”.

Fonte: WRI Brasil

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