A mobilidade urbana está passando por mudanças, mas a história dos famosos patinetes não é recente
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A mobilidade de diversas capitais brasileiras foi marcada pelo uso de patinetes elétricos em 2019. Esse meio de transporte ganhou a população, principalmente em locais onde o trânsito é considerado caótico. Assim, passear por algumas regiões se tornou mais fácil com o uso dos veículos compartilhados disponibilizados por várias empresas privadas e espalhados pelas cidades.
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Há benefícios claros nesse tipo de locomoção, de acordo com o professor de Engenharia de Transporte, Ronaldo Balassiano, em especial quando se trata de sustentabilidade. Locais com maior concentração de carros, como os centros, não só geram dificuldade no trânsito como também são grandes focos de poluição.
Ainda assim, sem uma regulamentação definida, os patinetes podem trazer mais problemas do que resolvê-los. Balassiano afirma que esse é um meio de transporte que já se estabeleceu há anos nos Estados Unidos e em partes da Europa; defende, portanto, que o governo brasileiro deveria ter se preparado para a chegada da iniciativa e rascunhado algumas regras, a fim de evitar acidentes.
Após meses de uso intenso dos aparelhos nas principais cidades do País, já foram estabelecidas algumas regulamentações. É o caso de São Paulo, que, entre outras questões, proíbe o aluguel de patinetes por menores de 18 anos de idade e limita a velocidade a 20 km/h.
Os questionamentos do professor ressoam não apenas na comunidade internacional. Aqueles que viveram em São Paulo na década de 1980 talvez se lembrem do Walk Machine, o patinete motorizado que se tornou febre por um breve período sob a gestão de Jânio Quadros como prefeito.
O patinete que tinha como pretensão ser ao mesmo tempo uma brincadeira e uma alternativa séria de transporte surgiu de uma fabricante de equipamentos agrícolas, a Hatsuta. A novidade custava o que hoje seria equivalente a R$ 5 mil. Mesmo com o preço salgado, houve alguma comoção em seu lançamento na cidade de São Paulo.
Os testes da “máquina de andar” foram realizados na Avenida Paulista — região onde, atualmente, há um grande foco de patinetes — e atraíram olhares e curiosidade. Os problemas percebidos na época não foram tão diferentes do que os usuários reclamam hoje: não há sensação de segurança ao pilotá-los nas ruas ou nas calçadas.
Jânio Quadros chegou a experimentar o Walk Machine no Parque Ibirapuera. Tendo gostado, autorizou dois fins de semanas de testes para que os veículos fossem usados no policiamento do parque. Apesar disso, o apelo com crianças fez com que os patinetes motorizados fossem vistos como brinquedos, muito mais do que alternativas reais de mobilidade urbana. A ideia não vingou, mas foi uma experiência importante e vai ao encontro dos apontamentos de Balassiano sobre o perigo de acidentes e a necessidade de regulamentação. O professor menciona, ainda, que hoje o uso de ciclovias é o mais indicados para os veículos, resolvendo o impasse entre calçada e rua — algo que a regulamentação em São Paulo prevê.
Conforme a população se interessa pelos dispositivos, mais inovações são desenvolvidas por pesquisadores e pelas empresas que os alugam. A Uber, por exemplo, está testando novos modelos de patinetes com uma terceira roda e/ou banco. A proposta é permitir que pessoas com mobilidade reduzida tenham acesso e também possam se locomover com os equipamentos.
Além da acessibilidade, há sinais de atenção para a sustentabilidade. Já foi lançado há alguns anos no mercado internacional o Solar Electric Scooter (SES), um patinete que pode ser carregado por energia solar. É uma opção ainda mais ecológica e econômica para quem quer ter um desses dispositivos sem gastar tanta energia para carregá-lo.
Enquanto os patinetes elétricos continuarem recebendo atenção como alternativas de transporte, as empresas de compartilhamento, como Uber e 99, devem prosseguir com inovações na área. Não à toa, os governos municipais também demonstram maior atenção ao fato com legislações específicas, permitindo que a população se envolva cada vez mais com a mobilidade urbana.
Fonte: Uber, Governo de São Paulo
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