Recentemente, a empresa Open AI suscitou a discussão sobre os usos da inteligência artificial ao apresentar a ferramenta ChatGPT. A plataforma apresenta uma tela de conversa, como se fosse uma site de bate-papo ou aplicativo de troca de mensagens, mas com uma grande diferença: você conversa com um robô. As respostas são geradas automaticamente por uma inteligência artificial conectada a internet, capaz de consultar uma infinidade de dados e de simular a linguagem humana com diversas nuances, quando solicitada.
A ferramenta causou espanto pela precisão, mas também por erros crassos cometidos de forma comum. Apesar das polêmicas, muita gente já está utilizando a ferramenta nos mais diversos segmentos, desde a automatização do atendimento ao cliente até em trabalhos escolares ou acadêmicos. Embora a popularização da Inteligência Artificial (IA) tenha causado muito espanto e reações negativas, ela já está mais presente no cotidiano do que imaginamos, inclusive na própria mobilidade urbana.
O que é inteligência artificial?
O termo artificial intelligence (AI) — ou inteligência artificial (IA), em português —, foi usado academicamente pela primeira vez pelo professor John McCarthy, da Universidade de Dartmouth, para se referir à capacidade da ciência de produzir máquinas e computadores inteligentes.
O conceito foi pensado em 1956, quando a tecnologia de digitalização de armazenamento e acesso a dados ainda estava engatinhando. Porém, como sabemos agora, os avanços tecnológicos se desenvolveram em progressão geométrica, cada nova revolução aumentando a capacidade dos computadores em centenas de vezes.
Para simular o pensamento humano, a inteligência artificial necessita de três pilares: grandes quantidades de dados (Big Data), capacidade de processamento e análise de dados, e aptidão de fazer isso de maneira rápida e eficiente. Em poucas décadas, a habilidade das máquinas chegou a um nível em que elas não só foram integradas à vida cotidiana, mas também se tornaram imprescindíveis.
Seja nas redes sociais, sites de busca, personalização de anúncios e muito mais, a inteligência artificial já faz parte do dia a dia de qualquer um. Porém, muito além disso, ela também já faz parte da vida até de quem não usa computador ou smartphone, já que as cidades estão cada vez mais inteligentes e automatizadas.
IA e mobilidade urbana
A inteligência artificial (IA) é aplicada de várias maneiras na mobilidade urbana para melhorar a eficiência, segurança e experiência dos usuários. Enquanto algumas cidades, como Helsinki, Dubai, Londres e Nova York já são extremamente avançadas na conectividade, coleta de dados e integração da inteligência à ferramentas urbanas, outras ainda começam a implementar as mudanças. Porém, a inteligência artificial já faz parte de muitas aplicações na mobilidade urbana.
Gerenciamento de tráfego
A IA é comumente utilizada na análise de dados de semáforos, sensores de tráfego, câmeras de vigilância e outros dispositivos para prever padrões de tráfego em tempo real. Assim é possível controlar problemas como acidentes e congestionamentos e otimizar os tempos de semáforo e deslocamentos. Isso ajuda a melhorar o fluxo do tráfego, reduzir engarrafamentos, minimizar atrasos e evitar acidentes maiores.
Roteamento e planejamento de viagens
Com a integração de sistemas de GPS e o mapeamento de transporte público, os algoritmos de IA são utilizados para desenvolver planejamento de viagens. Essas ferramentas, muitas vezes fornecidas pelos próprios sites de prefeituras, consideram diversos fatores — tráfego, horários, preferências do usuário e até mesmo informações em tempo real —, para fornecer rotas eficientes e personalizadas aos usuários e turistas. Assim é possível reduzir o tempo de deslocamento e evitar áreas congestionadas.
Compartilhamento de veículos e serviços de transporte sob demanda
A IA já é aplicada por empresas como a 99 e a Uber para planejar rotas, calcular preços e suprir a demanda de viagens solicitadas por passageiros. A tecnologia permite otimizar rotas e maximizar o uso de veículos, conseguindo menores preços para usuários e mais lucro para motoristas. Ela também é fundamental para prever o tempo de espera e de duração das viagens.
Veículos autônomos
Veículos com diferentes graus de autonomia já são uma realidade em todo o mundo. Enquanto alguns modelos com maior capacidade de operação com pouca interferência humana são comuns em procedimentos de mineração, as cidades mais tecnológicas já começam a ver estes modelos. Por enquanto, veículos que operam completamente sozinhos estão em fase de teste, mas como a história mostra, a tecnologia avança cada vez mais rapidamente.
Veículos de grande montadoras, como a Tesla, já mostram capacidades incríveis de análise de dados e tomada de decisão baseadas em uma infinidade de informações, como objetos ao redor e menor chance de colocar vidas em risco. Quando esta tecnologia estiver completamente operante é bastante possível que a segurança no trânsito aumente, afinal, as chances de erros humanos e de desrespeito às leis de trânsito serão menores.
Leia também:
- Carros autônomos como transporte público: será que dá certo?
- Inteligência artificial vai afetar caminhoneiros no futuro
- Como o ChatGPT pode impactar a mobilidade urbana brasileira?
De forma geral, a inteligência artificial pode melhorar a experiência de mobilidade urbana em diversas frentes. Usuários e turistas de sistemas de transporte nas cidades terão serviços cada vez mais eficientes e poderão tirar dúvidas sobre deslocamentos com informações atualizadas e analisadas em tempo real.
Congestionamentos e acidentes poderão ser diminuídos, e maior segurança poderá ser garantida a pedestres e ciclistas com uma otimização na automatização de semáforos e outros dispositivos de segurança. A IA não dá sinais de desaceleração, e cabe aos governos e empresas garantirem que ela seja usada de forma a democratizar o acesso às cidades e melhorar as experiências de mobilidade urbana.
Fontes: Summit Mobilidade, mobiliadesampa, anafisco, tecnoblog, Intelligent Transport, European Parliament