Como foi a retirada das bicicletas Yellow das cidades brasileiras

1 de abril de 2020 4 mins. de leitura

A holding Grow, responsável pela Yellow Bike no Brasil, anunciou uma reestruturação que vai impactar diversos municípios

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Responsável pela administração do aplicativo Yellow Bike, a holding Grow encerrou suas atividades em algumas cidades do Brasil. A empresa é conhecida por oferecer aluguel de bicicletas e patinetes por meio de aplicativos e atuava em 14 municípios nacionais.

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Em alguns deles, como Belo Horizonte (MG), o serviço será suspenso; em outros, as atividades serão apenas reduzidas, como é o caso de Curitiba (PR), que terá patinetes circulando, mas não mais as bicicletas.

Em um comunicado oficial, o CEO da empresa, Jonathan Levy, explicou que as mudanças foram necessárias para que o serviço fosse aperfeiçoado e pudesse se consolidar na América Latina. O líder acrescentou, ainda, que acredita no crescimento do mercado de micromobilidade no Brasil, uma vez que ele é fundamental para revolucionar a forma como as pessoas se movimentam pelas cidades.

Confira o impacto do recuo da empresa em grandes municípios do País.

Curitiba

A empresa de bicicletas por aluguel encerra operações na capital paranaense 1 ano após o início de suas atividades, mas os patinetes do grupo continuarão circulando. Segundo nota oficial da Grow, “A decisão foi tomada para que companhia promova um ajuste operacional e continue prestando serviços de forma estável, eficiente e segura”.

Os equipamentos recolhidos foram levados, inicialmente, para um terreno da cidade e depois encaminhados para revisão. A Yellow revelou que esse processo é necessário para que seja feita a checagem das condições de operação e segurança de cada bicicleta.

Os usuários que tinham créditos disponíveis no aplicativo Yellow Bikes poderão ter seu dinheiro de volta. Para isso, basta clicar no botão “Ajuda” no app ou no site da empresa.

Belo Horizonte

A fim de garantir a segurança e a boa operação de seus equipamentos, a Yellow também suspendeu suas atividades na capital mineira. Porém, diferentemente de Curitiba, Belo Horizonte não vai mais contar com o serviço de patinetes do grupo. Depois de analisados, os equipamentos elétricos serão enviados para São Paulo, Rio de Janeiro e para a capital do Paraná, onde o serviço será mantido.

Florianópolis

A atividade da Yellow foi suspensa por completo na capital de Santa Catarina. O recolhimento dos equipamentos na cidade gerou diversas polêmicas nas redes sociais depois que moradores denunciaram supostos abandonos de patinetes. Em resposta a isso, a Grow informou que todo o maquinário retirado das ruas já tem destino, como doação, manutenção ou reciclagem.

A empresa ainda reiterou que todos os veículos sem condições de circulação estão sendo descartados com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê o reaproveitamento de materiais a fim de preservar a natureza.

Campinas

No ano passado, a prefeitura de Campinas (SP) regulamentou o uso dos patinetes por conta do risco de acidentes e fez o uso de capacetes ser obrigatório em todo o território municipal. Em nota, a Grow afirmou que está em busca de parcerias públicas e privadas para fortalecer e expandir sua operação e esclareceu que todos os funcionários demitidos nesse processo terão apoio para se recolocarem no mercado de trabalho.

Baixa rentabilidade

(Fonte: Yellow/Divulgação)

Discute-se muito sobre a lucratividade desse modelo de negócio, que pode estar entre os motivos do recuo da Holding Grow. Segundo o gerente comercial da operadora de patinetes FlipOn, Rodrigo Costa, a rentabilidade no setor ainda é baixa, porque a operação de cada veículo custa em torno de R$ 3,2 mil, enquanto a arrecadação é de apenas R$ 2 mil.

Outro fator que influencia bastante o rendimento do empreendimento é o fato de que cada patinete tem uma vida útil de apenas 28,8 diárias, e o retorno do investimento só acontece quando eles são utilizados por aproximadamente 50 dias.

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