A entrega de mercadorias por drones nos espaços urbanos avança devido às vantagens do modelo frente aos serviços tradicionais
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Quando o modelo de drone conhecido hoje foi inventado, em 1977, eram necessárias 30 pessoas para controlar o objeto voador. O engenheiro espacial israelita Abraham Karem então procurou desenvolver uma tecnologia mais eficiente de veículos aéreos não tripulados (Vant) e conseguiu reduzir um protótipo que precisava de apenas três operadores.
A tecnologia avançou, especialmente nos últimos anos, com a popularização de imagens aéreas por drones e o uso industrial para monitoramento de grandes projetos. Diversas tecnologias passaram a ser embarcadas nesses veículos, o que possibilitou uma variedade maior de uso e uma navegação autônoma, sem a necessidade de interferência humana.
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O barulho do movimento rápido das hélices, que lembra o ruído de um zangão, passou a ser associado ao transporte de medicamentos para missões de saúde em áreas rurais da África e dos Estados Unidos. Com o coronavírus, os equipamentos entraram nas cidades grandes para combater a pandemia, seja desinfectando cidades, seja monitorando aglomerações.
Livros foram os primeiros objetos transportados por um serviço comercial de entregas por drones no mundo. Em 2013, a empresa Zookal, sediada em Sydney, na Austrália, anunciou que substituiria os serviços de correio por robôs voadores. Na época, a companhia chegou a prever que “os drones comerciais se tornariam tão onipresentes quanto aviões”.
A Zookal enfrentava problemas de entregas perdidas, além de um grande impacto dos custos postais no orçamento. O delivery da empresa começou com seis veículos sem câmeras, para preservar a privacidade, mas com tecnologia anticolisão acoplada para desviar de árvores, edifícios, pássaros e outros obstáculos.
Para entregar os livros, o Vant não precisa nem de um endereço. O equipamento é enviado diretamente para a localização do telefone utilizado pelo cliente para fazer o pedido no aplicativo.
Todo o trajeto, que costuma demorar entre dois e três minutos, pode ser acompanhado pelo celular. O drone nunca desce completamente ao nível do solo, liberando o produto a partir de um comando no smartphone.
O primeiro serviço de entrega por drone na América Latina foi realizado em São Paulo, em junho de 2019. As startups Relp! Aceleradora de Restaurantes e SpeedBird Aero conseguiram autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar uma picanha vegetal do Parque Ecológico do Barueri até o condomínio residencial de Alphaville.
O aparelho percorreu 1 quilômetro em torno de oito minutos, operado por controle remoto. O equipamento utilizado tem capacidade de transportar até 2 quilos de carga, com autonomia total de 5 quilômetros. A iniciativa foi realizada para testar a eficiência lógica, que visa verificar se os drones são mais rápidos que motocicletas.
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Em parceria com a iFood, a SpeedBird Aero começou a operar um serviço de delivery a partir do Shopping Iguatemi, em Campinas. O serviço não pretende competir com os entregadores. Os drones devem atuar de forma complementar em áreas pouco atrativas ou mais congestionadas e até em edifícios comerciais, nos quais os entregadores vão recolher o produto para entregar ao destinatário.
Esses equipamentos conseguiram superar diversos obstáculos de logística e infraestrutura urbana, o que fez grandes empresas como Amazon, Walmart, UPS, Google e outras postais globais investirem em projetos de entrega por drones. Mas muitas barreiras ainda precisam ser superadas para que o serviço de entrega de encomendas com Vants se torne realidade.
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A principal dificuldade para os dispositivos decolarem nas cidades é a falta de uma regulamentação específica para esses voos. Também existem preocupações com a privacidade, que deverão ser superadas, e alguns desafios técnicos. Apesar disso, provavelmente é apenas uma questão de alguns anos até que o céu esteja cheio de drones entregando encomendas.
Fonte: Urban Hub, Itarc, The Verge, Airway, Tecmundo, Dezeen, DroneShowLA
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