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Como reduzir acidentes em pontes e promover construções mais seguras?

Incidentes em pontes e estradas brasileiras infelizmente ainda fazem parte da realidade. O problema não é alarmante apenas por colocar em risco a vida da população e por afetar o tráfego, mas também por evidenciar o quanto a infraestrutura nacional carece de uma revisão aprofundada e que a torne mais segura, reduzindo acidentes.

Como exemplo mais recente, a ponte sobre o Rio Curuçá desabou no fim de setembro, no único caminho que interliga o Estado do Amazonas a Rondônia, comprometendo um trecho da BR-319 situada a 105 quilômetros de Manaus (AM) e deixando quatro mortos e 14 feridos.

Dez dias depois, em outubro, a ponte Autaz Mirim, localizada no quilômetro 25 da mesma rodovia federal, também ruiu. Nesses casos, em particular, a falta de manutenção adequada foi tida como causa principal.

Pontes são um importante meio de conexão entre as cidades brasileiras. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Acidentes recorrentes

As pontes são um importante meio de transpor obstáculos, e no País elas podem ser o único elo entre algumas localidades, sendo um reflexo do desenvolvimento das cidades. Na região em que ocorreu a tragédia citada, isso não é diferente, e os problemas na BR-319 já eram conhecidos por quem a utilizava.

Durante o período de estiagem, buracos e crateras surgem no trajeto, e na época das chuvas, com o asfalto ausente em alguns pontos, não são raros os relatos de formação de atoleiros. Nas pontes, fissuras também são visíveis. Segundo o relatório divulgado pela Pesquisa CNT de Rodovias 2022, 54,8% das vias do Amazonas apresentam a classificação “péssima”.

Como já se vê em outras áreas do País, com a incidência de chuvas em volume acima das médias históricas, a exemplo do ocorrido nos Estados do Paraná e de Santa Catarina em novembro e dezembro, os desastres naturais acabam ficando intimamente relacionados com o comprometimento de pontes e vias importantes.

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O número de vítimas do excesso de chuvas aumentou nos últimos anos. (Fonte: Confederação Nacional de Municípios/Reprodução)

Investimentos são necessários

Segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), o excesso de chuvas provocou 457 óbitos entre janeiro e maio de 2022, um número superior a 25% do total registrado nos últimos dez anos. Ou seja, eventos climáticos desse tipo são recorrentes e, por esse motivo, devem ser encarados com maior rigor.

Os dados reforçam que é necessário investir em formas de tornar os empreendimentos mais seguros e oferecer meios alternativos para os deslocamentos, reduzindo a dependência que sobrecarrega o sistema rodoviário em determinados pontos.

Além disso, muitas pontes e rodovias foram erguidas há décadas, enquanto a capacidade dos veículos se tornou cada vez maior, fazendo que determinadas vias recebam carga acima do adequado.

Além da falta de manutenção preventiva, o sobrepeso dos veículos compromete a estrutura das pontes a longo prazo. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Projetos devem levar em conta as necessidades de cada região

O caminho para a mudança exige a adoção de uma série de medidas ao priorizar os investimentos tanto na construção de obras quanto na manutenção e na fiscalização delas. Esta, por sua vez, deve ocorrer de forma mais ativa, visto que atualmente a disponibilidade de recursos tecnológicos para auxiliar nessa tarefa é expressiva.

Levar em consideração as características geográficas e climáticas é fundamental para a boa execução desse tipo de projeto, seja de pontes adequadas a determinados tipos de tráfego, seja em outros tipos de construção. Afinal, os desastres ocorridos tornam evidentes diversos erros que foram cometidos e que poderiam ter sido evitados.

Investir em outros modais também é uma alternativa válida e necessária, visto que a predominância do modelo rodoviário sobre os demais acaba se manifestando como uma vulnerabilidade nesses momentos, deixando regiões desabastecidas e resultando em prejuízos substanciais para a atividade econômica do Brasil.

Quer saber mais? Confira aqui a opinião e a explicação de nossos parceiros especialistas em Mobilidade.

Fonte: Pesquisa CNT de Rodovias, Confederação Nacional de Municípios, Science

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