Como surgiu o BRT?

28 de setembro de 2021 4 mins. de leitura

Conheça a história desse sistema de transporte que foi desenvolvido no país e hoje está presente em mais de 200 cidades pelo mundo

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O Bus Rapid Transit (BRT) é um sistema de transporte público realizado por ônibus que segue uma série de prerrogativas para agilizar o deslocamento e aumentar o número de passageiros, garantindo conforto. Muitas vezes, é comparado com um metrô de superfície.

O sistema foi inicialmente implementado no Canadá, em Otawa, em 1973, quando foram designadas faixas exclusivas para a locomoção dos ônibus pelo centro da cidade. Entretanto, a experiência de maior sucesso e que influenciou diversas cidades pelo mundo todo foi a Rede Integrada de Transporte (RIT) iniciada em Curitiba, em 1974.

O atual sistema de ônibus de Curitiba e as estações-tubo. (Fonte: Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock/Reprodução)
O atual sistema de ônibus de Curitiba e as estações-tubo. (Fonte: Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock/Reprodução)

Quando o arquiteto Jaime Lerner assumiu a prefeitura da cidade de Curitiba, em 1974, logo pôs em prática a criação de um sistema viário de grande extensão e que seguia as normas de planejamento urbano pensadas pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).

Algumas das inovações aplicadas foram os ônibus expressos, as linhas alimentadoras e as vias exclusivas para os ônibus, que ficaram conhecidas como canaletas na cidade – alusão ao escoamento de algo líquido, como se os ônibus fossem “escoados” pela cidade.

Ao longo dos anos 1970 e 1980, mas principalmente na década de 1990, diversas melhorias foram implantadas e fizeram o sistema ser mais próximo do que hoje é conhecido por BRT. Um exemplo são as estações-tubo, que são pontos de parada pensados para estar na altura da entrada dos ônibus, agilizando o acesso das pessoas. 

O exemplo de Curitiba foi adotado por mais de 200 cidades pelo mundo. Em 2011, o Institute for Transportation and Development Policy criou um comitê para definir padrões para os sistemas de BRT existentes, criando as definições mínimas para que um sistema pudesse ser considerado um BRT. Hoje, estima-se que mais de 27 milhões de passageiros utilizam sistemas de BRT por dia, sendo que 17 milhões destes estão na América Latina.

Bogotá (Colômbia) foi uma das cidades a implantar o BRT. (Fonte:hinterhof/Shutterstock/Reprodução)
Bogotá (Colômbia) foi uma das cidades a implantar o BRT. (Fonte:hinterhof/Shutterstock/Reprodução)

Benefícios do sistema

Um dos principais benefícios do BRT é o seu baixo custo e facilidade para construção. O custo da implementação de 1 quilômetro dessa modalidade é de aproximadamente de R$ 20 milhões, enquanto a do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é de 80 milhões e o do metrô chega a R$ 200 milhões.

Os modelos mais modernos já trabalham com veículos elétricos para diminuir a quantidade de emissões de gases de efeito estufa.

Características do BRT

Para que um sistema possa ser considerado um BRT é preciso que haja faixas, corredores ou vias exclusivas para que não sejam afetados por congestionamento. As estações precisam ser fechadas, e a passagem deve ser cobrada antes do momento do embarque.

Outro fator importante é que a plataforma esteja no mesmo nível da porta dos ônibus para facilitar e agilizar o acesso. As rotas que os ônibus seguem devem ter o mínimo possível de interrupções, como cruzamentos ou sinaleiros. Além disso, é comum que os ônibus dessa modalidade sejam ”articulados”, ou seja, mais compridos para comportar mais passageiros e portas.

Um exemplo de BRT é de Jakarta (Indonésia). (Fonte: Joko SL/Shutterstock/Reprodução)
Um exemplo de BRT é de Jakarta (Indonésia). (Fonte: Joko SL/Shutterstock/Reprodução)

Limites

Como todo sistema de transporte, o BRT apresenta limites. Em Curitiba, o BRT é o único sistema de transporte público de grande presença na cidade e, apesar de ter recebido investimento e modernizações ao longo dos anos, já mostra sinais de esgotamento.

Especialistas afirmam que o ideal é haver sempre integração entre diferentes modos de transporte para que as diversas regiões das cidades possam ser acessadas.

Fonte: UFPR, Diário do Transporte, Grandes Construções, Mundo Educação.

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