Compartilhamento pode ser chave para futuro do transporte urbano

18 de setembro de 2019 4 mins. de leitura

Além do crescimento na oferta de aplicativos de carona, a consciência ambiental e uma grande reestruturação são necessárias para ajustar o futuro do transporte urbano

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Pensar sobre o futuro do transporte urbano é quase sinônimo do uso de compartilhamento através de aplicativos. A verdade é que, sim, esse modo de locomoção pode e deve ditar os rumos do transporte em todo o mundo, mas segundo o diretor e especialista em mobilidade da National League of Cities, Brooks Rainwater, não é tão simples assim.

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“As cidades foram projetadas para os carros em um modelo que já se mostra saturado. Para o futuro, é preciso colocar novamente o ser humano no centro do desenvolvimento”.

(Fonte: Pixabay)

O especialista afirma que a maneira como nos deslocamos deve mudar radicalmente nas próximas décadas, mas o nosso comportamento em relação a isso é o que realmente deve preocupar as autoridades responsáveis por essa reestruturação.

Cultura do compartilhamento

O crescimento das metrópoles e a busca por empregos formais e informais nas áreas urbanas têm causado inúmeros congestionamentos e um trânsito diário sem fim. O uso de aplicativos de transporte, embora seja uma solução – por vezes – para a economia de famílias que optam por não ter carro próprio, também contribui para um efeito cascata de aumento no uso de carros particulares.

(Fonte: Pixabay)

Essa sensação de economia de tempo, também em virtude da falta de estrutura das vias para impulsionar o uso do transporte público ou de veículos menores, como as bicicletas, é um dos problemas que precisam de solução para reestruturar o sistema de transporte urbano.

Desafios do transporte público

A consciência ambiental deveria levar governos e cidadãos a utilizarem o transporte público, mas no Brasil sabemos que ainda há um longo caminho pela frente. Globalmente, segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, desde 2000 os meios particulares de transporte são responsáveis por nada menos do que 45% da emissão de gases tóxicos na atmosfera, contra 5% de ônibus e micro-ônibus e 3% dos trens.

E não podemos deixar de pensar no futuro do transporte sem considerar meios ambientalmente amigáveis. As bicicletas, que já são uma realidade em países como a Holanda, têm conquistado cada vez mais adeptos, mas também necessitam de uma estrutura segura para que possam efetivamente fazer parte da frota de transporte diário. A expectativa é que até 2025 a maior parte das viagens na Europa já seja realizada com esse veículo.

Alta tecnologia no futuro do transporte urbano

Pensar em transporte no futuro é tão complexo que envolve muito mais do que refletir sobre maneiras de comportar uma população cada vez maior com o uso de diferentes meios de transporte em um mesmo espaço. Enquanto alguns países tentam ajustar as suas vias para que pedestres, bicicletas e carros convivam em harmonia, veículos automáticos vêm sendo apresentados e testados em diversos lugares do mundo.

(Fonte: BBC/Reprodução)

Na Suíça, um ônibus sem motorista circula em teste pela cidade de Neuhausen am Rheinfall buscando passageiros em suas casas sem que haja alguém preocupado com os desvios que precisa fazer para sair do trânsito. Muito além de ser uma solução futurista, a ideia mostra que o ser humano está preparado e munido de alta tecnologia e soluções para os mais diversos modos de transporte — terrestres, marítimos ou aéreos. O problema, porém, continua sendo a estruturação de todos esses veículos em espaços compartilhados.

O real futuro do transporte

O aumento da população e a urgência no cuidado com os recursos naturais devem manter o uso de transportes limpos, compartilhados e autônomos no topo da lista das soluções para o transporte do futuro. A questão porém, antes de tudo isso, é preparar as vias e reeducar as pessoas para as novas formas de transporte.

No futuro, especialistas apostam que não haverá um único e soberano modo de transporte, mas sim maior facilidade de locomoção para poder decidir ir a pé, de bicicleta, motocicleta, metrô, ônibus, aplicativo ou táxi de acordo com o destino. Mas o comportamento das pessoas em relação a isso é o que realmente ditará os rumos da mobilidade: os cidadãos precisam se sentir confortáveis na locomoção pela cidade, seja como for.

Fontes: Agência Brasil, BBC, Donkey, Meet of the Minds.

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