Drones: solução para o transporte de cargas

30 de setembro de 2019 5 mins. de leitura

Empresas apresentam projetos que prometem fazer dos drones os veículos ideais para o transporte de mercadorias em um futuro próximo

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A consolidação dos drones como ferramentas importantes de logística na entrega de mercadorias é uma realidade cada vez mais próxima. Entre as vantagens de sua utilização estaria a melhoria do tráfego nas cidades, uma vez que seria possível tirar das ruas um grande número de veículos utilizados para transportes diversos.

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A mudança também representaria redução nas emissões de monóxido de carbono, já que um drone elétrico gera menos impacto do que um carro ou uma motocicleta movidos a combustível fóssil. Para as empresas, esse uso pode representar uma redução no custo operacional.

A tendência do aumento das aplicações comerciais, e não apenas recreativas, desses dispositivos tem se comprovado em números. Segundo dados da Federal Aviation Administration (FFA), órgão que regulamenta as operações de aviação nos Estados Unidos, o mercado de drones comerciais pode triplicar até 2023, com número estimado de 823 mil unidades voando até a data.

Transporte e entrega de cargas ainda não representam, de fato, uma parcela substancial da aplicação dos drones nos negócios, pois eles têm provocado maior impacto atuando como “olhos e ouvidos” das empresas em segmentos em que é necessário coletar grande volume de dados ou atingir locais de difícil acesso, como agricultura, topografia, inspeção de infraestrutura, mineração e entretenimento.

Certas do potencial da atividade, no entanto, empresas como Amazon, Google e Walmart já realizam testes com drones para entregas de produtos.

Amazon e a operação comercial de transporte de cargas

Em junho deste ano, a Amazon apresentou ao público, durante uma conferência em Las Vegas, o mais recente protótipo de seu Prime Air como parte de um arrojado projeto de entregas da companhia.

Trata-se de um modelo de design híbrido, capaz de fazer pousos e decolagens verticais, como um helicóptero, mantendo a eficiência e aerodinâmica de um avião. O aparelho é capaz de transitar entre os dois modos (helicóptero e avião) com rapidez.

(Fonte: Amazon/Reprodução)

Jeff Wilke, presidente da divisão de consumo da Amazon, enfatizou a segurança como uma das grandes preocupações no desenvolvimento do projeto: “estamos construindo um modelo altamente seguro com o uso de recentes tecnologias de inteligência artificial”, explicou.

Na apresentação, a empresa não definiu uma data de início para as operações comerciais e afirmou apenas que pretende escalar o Prime Air de maneira rápida e eficiente, entregando pacotes via drone aos clientes “em poucos meses”.

Segurança é um ponto sensível no desenvolvimento desse tipo de equipamento. Recentemente, um programa de entregas com drones na Suíça foi interrompido por tempo indeterminado após um acidente. Um dos veículos operados pela startup californiana Metternet em parceria com a Swiss Post (o serviço postal suíço) caiu a apenas 50 metros de um grupo de crianças.

O drone, pesando 10 kg e com capacidade para transportar até 2 kg, sofreu um problema que acabou rompendo o cabo do paraquedas de segurança, levando à queda descontrolada. Felizmente, não houve feridos.

Intercorrências como essa devem estar no radar de fabricantes e operadores, especialmente quando se tratar de projetos ambiciosos como o transporte de cargas pesadas, caso do protótipo apresentado no ano passado pela Boeing.

(Fonte: Boeing/Reprodução)

Chamado de eVTOL CAV, sigla para Unmanned Electric Vertical-Takeoff-and-Landing Cargo Air Vehicle (veículo aéreo de carga de pouso e decolagem vertical elétrico sem tripulante, em tradução livre), tem capacidade para transportar cargas de até 230 kg.

O veículo funciona com 8 motores elétricos, tem 4,57 metros de comprimento, 5,49 metros de largura e 1,22 metro de altura; e, segundo a empresa, é o precursor de aeronaves não tripuladas do futuro.

Mercado que atrai gigantes e pequenos

Não são apenas empresas de atuação global, como Boeing e Amazon, que estão apostando pesado nesse segmento; nomes desconhecidos do grande público também. A Elroy Air, startup de drones fundada em 2016 em São Francisco, Califórnia, realizou em 14 de agosto seu primeiro teste de voo para transporte de cargas em escala real.

Batizado de Chaparral, o veículo tem sistema de decolagem e pouso vertical e atingiu 3 metros, ficando estável por 64 segundos. O objetivo é que ele possa transportar 250 kg de carga por até 480 quilômetros. Novos testes estão programados, e o lançamento da operação comercial deverá ocorrer já em 2020.

Kofi Asante, chefe de estratégia e desenvolvimento de negócios da Elroy Air, diz que o foco do sistema é atender a comércios eletrônicos, farmacêuticas, missões humanitárias e de alívio de desastres em todo o mundo. A empresa já captou US$ 9,2 milhões com investidores como Catapul Ventures e Levitate Capital.

Se ainda não se pode dizer quando as entregas via drone serão uma realidade cotidiana, uma coisa é certa: muitos estão trabalhando para que seja logo.

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Fonte: The Verge, Amazon, SAP, Federal Aviation Administration.

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