O número crescente de pessoas em situação de rua tem sido uma triste realidade das cidades brasileiras, fruto de diversos fatores que comprometeram a renda das famílias, agravados pela pandemia de covid-19 e pela dificuldade de recolocação no mercado de trabalho.
Nesse sentido, programas de auxílio se mostram essenciais para mitigar esse cenário, mostrando o papel que o Estado pode desempenhar em diversas frentes, seja com a oferta de moradias por meio de políticas públicas, seja com subsídios, seja fornecendo qualificação profissional à população.
Na cidade de São Paulo (SP), a Prefeitura tem atuado na entrega de microcasas por meio do Programa Reencontro. Além do investimento em infraestrutura e habitação, o governo pretende ofertar cursos profissionalizantes para a população em situação de rua.
Entrega de microcasas
O programa é destinado a famílias e idosos que vivem nas ruas há menos de dois anos, permitindo a estadia nas moradias populares pelo período transitório de 12 meses a 18 meses. Além de contarem com o espaço mobiliado, as famílias têm acesso à internet via conexão Wi-Fi.
A primeira unidade, no Canindé, abriga 160 pessoas e foi inaugurada em dezembro de 2022. Em janeiro de 2023 chegou à etapa final a Vila Reencontro Anhangabaú. O investimento realizado alcançou R$ 4 milhões.
O objetivo é oferecer o apoio necessário para que as famílias obtenham acesso mais rápido ao mercado de trabalho, garantindo autonomia financeira. As casas seguem algumas regras de convivência, como a definição de horários de entrada e de saída.
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Cenário desafiador
Os números mostram o quanto o cenário é desafiador. Em 2021, a quantidade de barracas improvisadas nas ruas saltou 330% em dois anos. Um levantamento realizado no fim do mesmo ano apontou que havia 31.884 pessoas morando nas ruas da cidade, representando aumento de 31% em relação a 2019.
Entre os motivos para as pessoas ficarem sem abrigo estão conflitos familiares, dependência de álcool ou drogas e perda de emprego. O desejo de recomeçar e de ter oportunidades para deixar esse cenário, apesar disso, é expressiva: 92,3% desejam sair das ruas, o que reforça a importância de ações que atendam à população com maior vulnerabilidade social.
Em janeiro, a Prefeitura de São Paulo realizou um mutirão para cadastrar esse público no CadÚnico, que permite utilizar os dados fornecidos tanto para os projetos da cidade quanto para facilitar o acesso a outros programas do governo federal.
Fonte: Prefeitura de São Paulo, Estadão