Micromobilidade em xeque: aluguel de bicicletas é rentável?

30 de março de 2020 4 mins. de leitura

Entenda por que o aluguel de bicicletas foi suspenso pela Grow em várias cidades brasileiras

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O aluguel de bicicletas e patinetes em várias cidades brasileiras chegou como alternativa mais que viável para vários problemas de mobilidade urbana.

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A micromobilidade, tendência que se espalhou rapidamente no País, apareceu como uma solução em locomoção sustentável e gerou muitas oportunidades de negócio, tanto que, segundo a Forbes, as parcerias corporativas estão aumentando, e esse tipo de empresa tem recebido aportes milionários.

Todavia, pode haver algumas falhas nesses processos. Prova disso é o término das operações da Grow (que nasceu da fusão entre a Grin e a Yellow) em 14 cidades brasileiras, inclusive capitais.

Há falhas no aluguel de bicicletas e patinetes elétricos?

Para ir na contramão das tendências, algo deve estar muito errado. No caso dos patinetes, o site Quartz fez um estudo em 2019 e indicou que o tempo de vida útil do equipamento era bem menor do que necessário para a obtenção do retorno do investimento.

O gerente comercial da FlipOn, Rodrigo Costa, em entrevista à Forbes, mostrou uma simulação do aluguel de patinetes. Ele considerou um tíquete de R$ 8 com a média de 8 viagens diárias. A arrecadação ao fim do dia seria de R$ 64, o que no mês somaria R$ 2 mil. Só que o custo de um patinete é de R$ 3,2 mil e sua vida útil é de 28,8 dias. Ou seja, seriam necessários, no mínimo, 50 dias para a empresa obter o retorno do valor investido.

(Fonte: Pixabay)

Sobre o aluguel de bicicletas, não há dados divulgados, mas em nota a Grow, que retirou os equipamentos das ruas (ficando somente em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo), disse que ficou muito claro que a micromobilidade ainda está em estágios iniciais e que se trata de um negócio desafiador se não houver a combinação entre operação correta e execução precisa nas ruas.

Além do trabalho encerrado em nove regiões brasileiras, a Grow demitiu 25% de sua força de trabalho e está em busca de parcerias para voltar a oferecer o aluguel de bicicletas. Apesar de não haver dados sobre a inviabilidade desse aluguel, o cenário ilustra que os problemas maiores se concentram na locação de patinetes, que poderia acarretar prejuízos com relação ao negócio de bikes, como furtos e depredação dos equipamentos.

Ainda assim, em 2019, a Yellow afirmou que os índices em relação a esses tipos de problema estavam abaixo do esperado e que os casos mais sérios estavam sendo tratados pelas autoridades competentes.

(Fonte: Pixabay)‌‌

O futuro do aluguel de bicicletas no Brasil

Apesar das possíveis falhas, a micromobilidade é uma ideia que, bem amadurecida e coordenada, atende às necessidades da população em alternativa aos meios de transporte tradicionais e endossa a economia, com a contratação de prestadores de serviço para coleta e redistribuição das bicicletas e patinetes e “charges”, que carregam as baterias e armazenam os equipamentos.

O setor movimenta o que se chama de economia colaborativa, dando acesso a bens e serviços sem que exista um processo de compra. É uma opção de investimento relativamente acessível e que gera oportunidades tanto para grandes empresas quanto aos pequenos empreendedores. Além disso, contempla a parcela da população que gosta de ter opções em transportes alternativos e sustentáveis e não quer encarar engarrafamentos e um trânsito caótico.

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