Patinetes compartilhados devem voltar às ruas após a pandemia

5 de março de 2021 4 mins. de leitura

Empresas que pausaram atuação ou ainda não se instalaram no Brasil se preparam para o fim da crise sanitária

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O mercado de compartilhamento de veículos individuais foi um dos setores que mais sofreu com a chegada da pandemia no momento em que empresas do segmento tentavam se afirmar em alguns países. Com a covid-19 reduzindo a quantidade de pessoas nas ruas, organizações que forneciam bicicletas e patinetes elétricos tiveram as atividades reduzidas ou até encerradas, inclusive no Brasil.

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Entretanto, com o início da vacinação no país e a redução de medidas de isolamento social, já é possível começar a pensar no futuro próximo. Para o caso de serviços de patinetes, a perspectiva é positiva — e já há exemplos animadores a serem seguidos.

Saúde e mobilidade

De acordo com uma pesquisa de julho de 2020 feita pela McKinsey & Company, as consequências a curto prazo para a micromobilidade foram majoritariamente negativas. Além de se deslocar menos nas ruas, o público preferiu meios de transporte sem compartilhamento, como um carro próprio ou até caminhadas, em vez de um objeto utilizado por outras pessoas. 

A longo prazo, a situação pode ser diferente. Segundo o estudo, as próprias cidades podem investir em outras formas de mobilidade como alternativas ao transporte público, sendo os patinetes elétricos uma das possíveis soluções. A infraestrutura, geralmente ciclovias ou ruas com asfalto apropriado, deve ser privilegiada, além de eventuais políticas que reduzam a quantidade de carros nas ruas.

Setor de patinetes foi afetado na pandemia.
Setor de patinetes foi afetado na pandemia. (Fonte: Candid Shots/Pixabay)

Nos Estados Unidos, trabalhadores que já deixaram o regime de home office ou que realizam serviços essenciais já podem voltar a utilizar patinetes elétricos, inclusive com novas parcerias. Como relata o site Bloomberg, empresas como a Edenred Benefits, de cartões de benefícios e auxílios, como vale-refeição, terão a opção de trocar a verba direcionada ao transporte por créditos em patinetes elétricos da Lime.

Essa é uma estratégia que pode se mostrar efetiva para quem precisa de um meio de transporte para se locomover, mas não quer retornar às aglomerações do transporte público. 

O hiato da pandemia pode até levar à formulação de novos planos de negócios e formas de monetização. Em abril de 2020, a Grin chegou a apresentar um plano mensal de aluguel individual de patinetes, que pode ser uma solução mais econômica para quem utiliza com muita frequência o serviço. Porém, ela não teve muito tempo para colocá-lo em prática.

A situação no Brasil

Um estudo publicado no periódico científico Sustainability feito por pesquisadores em Riad, na Arábia Saudita, concluiu por meio de questionários que o público deseja voltar a utilizar essas formas de micromobilidade mesmo antes da vacinação em massa. A maior preocupação é mesmo com a segurança: medidas de higienização eventualmente tomadas pelas empresas responsáveis — e devidamente seguidas pelos clientes — poderiam acelerar a retomada no uso desses serviços.

Algumas empresas já tentaram oferecer patinetes elétricos no Brasil.
Algumas empresas já tentaram oferecer patinetes elétricos no Brasil. (Fonte: Pixabay)

Empresas como Uber, Grin e Lime já entraram no mercado brasileiro. A Uber ainda planejava a expansão quando medidas de fechamento do comércio se intensificaram, em abril de 2020, e precisou suspender a estratégia.

A Grin, formada pela fusão entre as companhias Yellow e Grow, pediu recuperação judicial em julho do ano passado. Já a Lime, que foi uma das pioneiras do setor no país, chegou a deixar o mercado em janeiro de 2020, mas retornou seis meses depois ao perceber a existência de demanda e segue em atuação.

Fonte: McKinsey, Boomberg, Sustainability.

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