País enfrenta dificuldades em nível estratégico desde quando surgiram os grandes centros urbanos
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Desde quando surgiram os primeiros centros urbanos, o Brasil enfrenta uma série de questões sociais e ambientais ligadas ao ir e vir nas cidades. Faltam políticas públicas mais eficientes, consciência ambiental e uma mudança cultural direcionada à conscientização. A seguir, confira quatro problemas a serem enfrentados nesse sentido.
Com o êxodo rural e a superlotação das áreas urbanas, o processo de planejamento nem sempre acompanhou o desenvolvimento das grandes cidades. O Plano Diretor surgiu no Brasil muito recentemente, junto da Constituição de 1988, e os desdobramentos em planos de mobilidade urbana ainda não se tornaram realidade em grande parte das cidades brasileiras.
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Todos os municípios com mais de 20 mil habitantes devem apresentar um plano de mobilidade urbana até 2022 ou 2023 — isso corresponde a mais de 30% dos municípios do País. Porém, a maioria das capitais ainda não tem esse plano.
Outro problema é que grande parte do território brasileiro foi pensada para os automóveis em meio à expansão das rodovias nos anos 1950 e 1960, como também para o crescimento do setor industrial automobilístico.
Brasília é um exemplo da aplicação dessas medidas, que acabaram restringindo a diversidade do transporte urbano. A cidade foi pensada apenas para o deslocamento por meio de carros e é cortada ao meio por uma rodovia. Com o aumento da população em grande escala, enfrenta-se hoje engarrafamentos e a falta de sinalização adequada aos pedestres.
As bicicletas ainda são pouco priorizadas no Brasil. Grande parte dos ciclistas enfrenta dificuldades ao se locomover devido à falta de ciclovias e de faixas dedicadas, além da hostilidade presente ao dividir espaço com carros, ônibus e outros veículos.
De acordo com Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, a utilização de ônibus vem diminuindo no decorrer dos anos. O transporte coletivo no Brasil é caro e oferece pouca qualidade para o usuário.
Como há incentivos dos consumidores de carros e motos, essas opções normalmente são as mais procuradas. A venda de automóveis aumentou 132% em 2020, e as motos têm sido igualmente cobiçadas, principalmente pela popularização dos aplicativos de delivery.
Assim, cabe a cada cidade tomar as rédeas e estabelecer regras, equilibrando o uso entre o transporte público e o individual, visando à sustentabilidade e ao melhoramento da malha de transporte nos ambientes urbanos. Portanto, a mobilidade urbana deve favorecer a todos os setores da sociedade.
Fonte: Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbanos, Motorshow, Politize, Sinaenco.
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