Saiba como o trabalho remoto pode impactar as cidades no “novo normal”
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O mundo do trabalho não será o mesmo depois da quarentena. Grandes empresas, como o Twitter e a Petrobras, já estão tornando essa política como definitiva em diversos setores. Outras vão aderir a um modelo híbrido.
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Mas como isso vai impactar as cidades? O que podemos esperar da mobilidade urbana com mais pessoas trabalhando de suas próprias casas? Confira 5 tendências para as cidades do novo normal.
Menos trânsito, mais rapidez, mais tempo livre e menos poluição. Essa pode ser uma realidade em regiões onde há muitas empresas adeptas ao home office. Isso tende a ser bom dos pontos de vista ambiental, social e econômico. Um estudo sobre a cidade paulista de Cubatão, feito pela Universidade de São Paulo (USP), estima que 14% das doenças do aparelho circulatório e 18% das doenças do aparelho respiratório tenham relação direta com a poluição do ar.
“Tomando como base municípios vizinhos e calculando o gasto médio per capita devido às duas doenças, estimou-se que os custos relacionados diretamente à poluição atmosférica no município, para o período de 2000 a 2009, foram de R$ 3,44 milhões”, apontaram os pesquisadores Flávio Tayra, Helena Ribeiro e Adelaide de Cássia Nardocci.
O modelo de transporte coletivo atual vive um dilema: ele é desenhado para funcionar com carga máxima, mas ainda assim depende de subsídio público, que complementa o valor pago pelo usuário para chegar à tarifa técnica.
Essa é uma conta difícil de fechar porque as empresas não abrem mão de obter lucro, as prefeituras estão saturadas e endividadas assim como a população, sobretudo após o desemprego causado pela pandemia de covid-19.
Assim, caso o home office se fortaleça, é possível que essa crise de financiamento se agrave, e as companhias precisem rever o volume de sua frota. Além disso, terão de se reinventar, oferecendo estações, estruturas e pontos mais confortáveis e atrativos para o usuário que ainda precisar delas diariamente.
Pode ser que a sua cidade tenha transformado algumas ruas em calçadão. Além do prazer de circular com mais espaço e de essa via ser mais acolhedora para cadeirantes, idosos e quem conduz carrinhos de bebês, essa medida também é interessante pela economia.
Com menos pessoas se locomovendo para o trabalho, essa ideia pode ganhar força, podendo ser boa para a economia local, além dos demais ganhos pessoais, sociais e ambientais.
Um estudo do movimento Paulista Aberta pesquisou de forma cuidadosa o impacto financeiro de um único dia de fechamento da Avenida Paulista para carros, em São Paulo. No domingo, quando a mobilidade ativa tomava conta do espaço, a economia local ganhou dinamismo.
Outro ganho desejável de um home office massivo seriam cidades menos concentradas. Em vez de um único centro, pode-se investir em vários polos urbanos autônomos.
O deslocamento de milhares de pessoas que partem da periferia para o centro todos os dias para trabalhar não é produtivo dos pontos de vista financeiro e ambiental, além da saúde e do tempo investidos. Isso pode melhorar com a ampla adesão ao home office, já que pessoas poderão trabalhar de onde estiverem.
Se você não abre mão do seu trabalho, mas prefere a vida no campo, por que não ter o melhor de dois mundos? O home office pode ser uma boa notícia para quem deseja uma vida bucólica.
Com o avanço das tecnologias de conexão, que darão um salto de qualidade com o 5G, será possível fazer o mesmo trabalho de qualquer local. Isso pode descomprimir o inchaço das cidades e proporcionar novas formas de experimentar o mundo e as relações de trabalho.
Fonte: Side Walk Talk.
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