6 cidades que são exemplo de acessibilidade para PCDs

21 de setembro de 2020 6 mins. de leitura

Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, conheça municípios que servem de inspiração na busca por acessibilidade

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No Brasil, por volta de 6,7% da população têm alguma deficiência visual, auditiva, intelectual ou física, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São mais de 12 milhões de cidadãos que nem sempre têm seu direito de ir e vir pelas cidades atendido. Por esse motivo, a acessibilidade é uma questão cada vez mais debatida.

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Cidades acessíveis oferecem a estrutura adequada para que todas as pessoas possam acessá-las de forma livre e autônoma, sem qualquer tipo de constrangimento. Isso envolve passeios públicos e calçadas bem conservadas e com espaço suficiente, piso tátil, sinalização em braille, avisos sonoros para deficientes visuais e rampas e elevadores para quem tem dificuldade de subir escadarias.

Confira alguns locais que de alguma forma se destacam nesse aspecto.

1. Curitiba (PR), Brasil

Ônibus de Curitiba adaptado para cadeirantes
Embarque em nível e ônibus com elevadores compõem quase 100% da frota de Curitiba. (Fonte: Prefeitura de Curitiba)

Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2017 do IBGE, dos 1.679 municípios brasileiros com serviços de transporte coletivo só 11,7% tinham a frota totalmente adaptada para o acesso de pessoas com deficiência e 48,8% contavam com veículos parcialmente adaptados — muito menos do que o necessário.

Estudo aponta falta de acessibilidade em calçadas e ruas do País

Um dos lugares que se difere dessa triste realidade é Curitiba (PR), referência em transporte coletivo de qualidade: em dezembro de 2019, quase 98% dos ônibus da cidade eram acessíveis, com elevadores nos veículos ou embarque em nível nas estações tubo, além de espaços reservados para cadeirantes ou pessoas acompanhadas de cão-guia.

A Urbanização de Curitiba S/A (URBS), empresa que controla o transporte público da capital paranaense, afirma que em pouco tempo a acessibilidade deve ser universal, conforme a frota for renovada.

2. Uberlândia (MG), Brasil

Cadeirante em ônibus especial em Uberlândia
Uberlândia é referência em acessibilidade, com 100% da frota adaptada e infraestrutura em todos os bairros. (Fonte: Prefeitura de Uberlândia)

Uberlândia (MG) leva a acessibilidade a sério muito além do transporte público e foi a primeira cidade do Brasil a ter a frota 100% adaptada, ganhando o certificado de Boas Práticas em Transporte da ONU Habitat (da Organização das Nações Unidas), em 2012, e se tornando referência no assunto para todo o País. 

A cidade mineira de quase 700 mil habitantes coloca seu plano de acessibilidade em prática há 20 anos, com calçadas bem cuidadas e piso tátil, bem como rampas de acesso em todas as esquinas. Isso não apenas no centro ou em áreas nobres mas em todo o município. De acordo com a prefeitura, qualquer projeto de rua, loteamento ou construção só ganha aprovação se considerar a acessibilidade.

3. Seattle, Estados Unidos

Táxi adaptado para cadeirantes em Seattle
Seattle tem boa infraestrutura e grande frota de veículos adaptados. (Fonte: Wheelchair Travel/Reprodução)

De acordo com a organização Wheelchair Travel, que analisa os destinos mais acessíveis para turistas com deficiência, Seattle é a cidade que mais se destaca nesse sentido nos Estados Unidos.

Como garantir a segurança viária de pessoas com deficiência?

Como o local tem relevo acidentado, as autoridades compensam com toda a infraestrutura necessária para que as PCDs se sintam bem-vindas. Rampas de acesso em calçadas, pontos turísticos e prédios públicos, além de ônibus, trens urbanos e ferry boats 100% acessíveis e uma grande oferta de táxis adaptados fazem parte das ações.

4. Dublin, Irlanda

VLTs em Dublin com fácil acesso para todas as pessoas
Sistema de VLTs tem acesso fácil para todas as pessoas. (Fonte: Wikimedia Commons)

Na Europa, o portal de viagens Alpharooms destaca Dublin (Irlanda) como o destino mais acessível para pessoas com deficiência. Além de contar com hotéis bem preparados para receber hóspedes com necessidades específicas e atrações turísticas com boa infraestrutura, a cidade tem o sistema de transporte mais adaptado de todas as capitais analisadas, algo que também beneficia PCDs que moram por lá.

O sistema de veículos leves sobre trilhos (VLTs) que circula por toda a cidade e é a principal opção de transporte na capital irlandesa tem trens com piso baixo e estações com rampas ou elevadores.

5. Varsóvia, Polônia

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Os esforços que a capital da Polônia empreendeu nos últimos anos para se tornar uma cidade mais acessível renderam a ela o prêmio Access City Award da União Europeia em 2020. A entidade destaca que Varsóvia é uma cidade com terreno acidentado e cortada ao meio por um rio, fatores que dificultam a acessibilidade, porém um grande plano foi colocado em prática para eliminar qualquer barreira para PCDs no espaço urbano: há elevadores, calçadas com piso tátil e semáforos com botões em braille para travessia facilitada, por exemplo. No transporte público, os trens e as estações são acessíveis, assim como os ônibus e seus pontos de parada.

O que considerar em um bom planejamento de calçadas?

Além disso, ruas, espaços públicos e prédios construídos na cidade precisam ser aprovados de acordo com as novas demandas de acessibilidade, e a administração está criando versões acessíveis de seus serviços presenciais e digitais, para que todos os cidadãos sejam atendidos adequadamente.

6. Breda, Holanda

Brelda na Holanda ganhou o título de cidade mais acessível da Europa
Breda ganhou o título de cidade mais acessível da Europa em 2019. (Fonte: The Guardian/Reprodução)

Quem ganhou o Access City Award da União Europeia em 2019 foi Breda, na Holanda. Como relata um jornalista cadeirante no periódico inglês The Guardian, ele pode se deslocar livremente pelos 2 quilômetros entre a estação de trem e o hotel, já que as calçadas da cidade são acessíveis.

Todos os veículos de transporte público são adaptados e os motoristas, treinados. Além disso, comerciantes têm rampas portáteis que são colocadas na porta dos estabelecimentos todas as manhãs.

Antigos templos gregos tinham rampas para pessoas com deficiência

O texto pondera que é interessante ver tanta acessibilidade em uma cidade histórica europeia, onde as ruas de pedra podem ser um pesadelo para pessoas com mobilidade reduzida. Porém, Breda deu uma ótima solução para isso: virou e partiu as lajotas, criando uma superfície pela qual é possível se deslocar sem dificuldade.

Fonte: Wikihaus, IBGE, URBS, Prefeitura de Uberlândia, Wheelchair Travel, Alpharooms, União Europeia, The Guardian

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