Bicicletas: indústria nacional cresce 19% e é a maior do Ocidente

6 de março de 2020 4 mins. de leitura

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O setor de bicicletas cresceu 19,6% em 2019, superando expectativas e fazendo com que o Polo Industrial de Manaus fosse reconhecido como o maior produtor de bicicleta do Ocidente.

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Para 2019, a previsão da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) era de 10,8% de crescimento na produção de bicicletas, o que significaria a fabricação de 857 mil exemplares, mas em novembro as projeções já haviam sido superadas, com 899.177 unidades montadas.

O vice-presidente da Abraciclo, Cyro Gazola, afirma que o aumento de 19,6% na produção antes mesmo do fim de 2019 se deve ao crescimento da busca por produtos fabricados no Brasil. Com essa alta de janeiro a novembro, o Polo Industrial de Manaus passou ao posto de maior produtor de bicicletas do Ocidente e segundo maior do mundo, atrás apenas do Sudeste Asiático.

No início do ano passado, a Abraciclo informou que a produção de bicicletas no Brasil cresceu 15,9% em 2018, com a fabricação de 773.641 unidades. Gazola atribuiu o aumento à construção de mais ciclovias e ao crescimento da oferta no mercado com preços mais acessíveis.

O impulso na fabricação aconteceu após quatro anos de déficit e só foi possível, de acordo com Gazola, por conta da diminuição da inadimplência dos consumidores e do aumento do crédito pelos bancos. Diante das mudanças na economia e do lançamento de novos modelos com um valor agregado maior, o vice-presidente da Abraciclo se diz otimista para os próximos anos.

(Fonte: Freepik)

Preferência por bikes nacionais

Gazola afirma que “o fato de a projeção da produção anual ter sido superada já em novembro retrata claramente um crescimento consistente da demanda por artigos brasileiros de médio e alto valor agregado que são fabricadas no Polo Industrial de Manaus”.

O aumento da procura por bicicletas nacionais também está relacionado ao avanço das tecnologias utilizadas nesse meio de transporte. “O desejo de compra dos consumidores tem se intensificado diante da melhoria contínua da tecnologia e do nível de qualidade verificado nos produtos e nas marcas nacionais, que apresentam, ainda, preços mais acessíveis”, ressalta Gazola.

Mais vendidas

A mountain bike, categoria para trilhas e terrenos irregulares destinada ao público adulto, com aros de 26 polegadas a 29 polegadas, quadros full suspension e/ou amortecimento frontal, foi a mais produzida em novembro de 2019, com 46.291 unidades. Em segundo lugar ficou a categoria urbana, projetada para as cidades e para recreação: 20.225 unidades.

A categoria infantojuvenil, destinada a crianças de 8 anos a 15 anos, com aros entre 20 polegadas, 24 polegadas e 26 polegadas, ficou em terceiro lugar em número de fabricação: 11.468 produtos. No quarto lugar ficou o modelo estrada, com aro de 700 milímetros, pneus estreitos slick e quadro e garfo sem amortecimento: 955 unidades. Já a elétrica, com aros de 20 polegadas até 29 polegadas, potência máxima de 350 watts, funcionamento do motor acionado pelo pedal e velocidade máxima de 25 km/h, ficou em quinto lugar: 198 produtos.

Sudeste é região com mais bicicletas novas no País

A Região Sudeste foi a que mais comprou bicicletas novas em 2019: 510.474 unidades, 56,8% de todas bikes vendidas no País. Em segundo lugar ficou o Sul, que recebeu 163.402 exemplares, 18,2% da comercialização nacional; seguida pelo Nordeste, com 109.337, o que representa 12,2%; o Norte, com 68.276 (7,6%); e o Centro-Oeste, com 47.688 (5,3%).

(Fonte: Freepik)

Queda da importação e aumento da exportação

A Abraciclo registrou queda de 36,7% nas importações de bicicletas em 2019, totalizando a entrada de 69.067 unidades no País. Por outro lado, a exportação teve aumento de 2,6%, com a saída de 16.058 unidades. As importações vieram principalmente da China, de Taiwan e Portugal, e as exportações foram para Argentina, Paraguai e Chile.

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