Brasília aprova plano de cidade-satélite voltada para pedestres

23 de abril de 2020 4 mins. de leitura

Projeto que pretende construir cidade-satélite para 118 mil pessoas conta com assessoria do escritório do urbanista Jan Gehl

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O governo do Distrito Federal (GDF) aprovou, no fim de 2019, o plano urbanístico de uma nova cidade-satélite com capacidade para 118 mil habitantes.

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O projeto, chamado Cidade Urbitá, será construído por uma empresa privada e deve ser voltado para pedestres. A iniciativa conta com a assessoria do escritório de arquitetura do dinamarquês Jan Gehl, conhecido mundialmente por defender cidades mais humanas.

Cidade-satélite para pedestres

(Fonte: Urbitá/Reprodução)
(Fonte: Urbitá/Reprodução)

O projeto inovador para a nova cidade-satélite do Distrito Federal prevê uma estrutura completa com padrão moderno, totalmente voltada para a experiência do pedestre. Urbitá está alinhada com uma corrente de urbanismo que defende cidades mais agradáveis para as pessoas, e não centradas nos automóveis.

Como os pedestres podem transformar a mobilidade urbana

A empresa responsável pela construção do empreendimento, a Urbanizadora Paranoazinho, defende o adensamento populacional. A nova cidade terá prédios de até dez andares, com uso misto e sem grades ou cercas. Os edifícios residenciais terão comércio no primeiro pavimento voltado para a rua, com serviços como restaurante, academia e lavanderia.

O plano é construir parques e praças amplas destinadas ao lazer ao longo do espaço urbano. Também há o objetivo de criar uma ciclovia segregada, uma faixa para árvores e uma calçada larga para pedestres.

População de baixa renda sofre com transporte precário e preços altos

A Urbitá pretende priorizar o transporte público em relação ao particular, no entanto, a organização do sistema viário é responsabilidade do poder público, por isso o empreendimento criará uma área modelo aberta aos pedestres, para organizar o espaço como o planejado.

Problemas fundiários

Local de construção da Urbitá destacado em vermelho (Fonte: Google/Reprodução)
Local de construção da Urbitá destacado em vermelho (Fonte: Google/Reprodução)

A cidade será construída em um terreno de 1,6 mil hectare comprado em 2007, mas um terço da área da nova cidade-satélite já está ocupado por 30 mil pessoas distribuídas em 54 condomínios e casas irregulares, sem escritura, que incluem habitações de luxo e populares.

A Paranoazinho tenta negociar a compra dessas residências, mas boa parte das intenções vai parar na Justiça. A construtora, porém, não pretende retirar as pessoas da área, definindo a Urbitá no terreno livre no entorno das regiões já estabelecidas.

Primeira fase

A primeira fase do projeto deve abrigar 11 mil habitantes e ficar pronta a partir de 2023. A Urbitá será vizinha das cidades-satélite de Sobradinho e Planaltina. O objetivo da empresa é levar um conceito de metrópole polinucleada para Brasília, ao criar uma centralidade, para que os novos e os antigos moradores da região não precisem ir ao Plano Piloto, distante cerca de 20 quilômetros, em busca de estudo ou trabalho.

Mobilidade com integração é essencial para regiões metropolitanas

A construtora defende que a criação de centros urbanos torna o Distrito Federal mais sustentável e ecologicamente eficiente para toda a população. Para tanto, o empreendimento pretende inaugurar um bloco com grandes comércios, que pode incluir espaços de entretenimento, como uma rede de cinemas, supermercado, loja de materiais de construção e de artigos esportivos. Os idealizadores da nova cidade querem atrair também colégios, agências bancárias, clínicas e consultórios.

Para o início da construção, é necessário um decreto do GDF autorizando a obra. A primeira fase do empreendimento já foi aprovada pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano (Conplan), mas ainda necessita de adequações por causa da aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) do DF, sancionada em janeiro.

Fonte: Urbitá, Agência Brasília

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