Os carregadores rápidos resolveram um grande problema dos carros elétricos, mas mal utilizados podem prejudicar a vida útil das baterias
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Um dos grandes problemas dos carros elétricos é o carregamento das baterias. Enquanto os veículos a combustão são abastecidos em minutos, o abastecimento dos automóveis a eletricidade pode durar uma noite inteira.
Apesar de uma carga noturna ser o suficiente para um uso regular dentro da cidade, como os deslocamentos diários entre casa e o trabalho, a duração do carregamento dificulta o uso de carros elétricos em viagens mais distantes. Afinal, podem ser necessárias paradas longas no caminho, e nem sempre o motorista está disposto a esperar.
Para resolver o problema, as fabricantes de veículos elétricos desenvolveram carregadores mais rápidos, que permitem abastecer a bateria no tempo de 20 a 30 minutos. No entanto, essa opção de carregamento pode significar uma degradação mais rápida do sistema de armazenamento de energia.
Os carregadores de baterias de veículos elétricos podem ser classificados em dois grupos principais, de acordo com o modo que fornecem energia, sua velocidade de carga e a recomendação para cada trajeto: os carregadores de corrente alternada (CA) e os carregadores de corrente contínua (CC).
Os carregadores de corrente alternada (CA) podem ser utilizados na rede elétrica local. Um inversor acoplado a esses equipamentos é responsável por converter a corrente alternada para contínua, utilizada pelas baterias dos carros elétricos.
Os carregadores CA de nível 1 são mais lentos e podem demorar de 12 a 30 horas para fornecer uma carga completa na bateria. Já os dispositivos CA de nível 2 conseguem realizar o mesmo trabalho na metade do tempo.
Já os carregadores de corrente contínua (CC) podem fornecer abastecimentos ultrarrápidos, possíveis de serem realizados em poucos minutos. Os equipamentos já fornecem eletricidade na corrente utilizada pelas baterias.
Nem todos os veículos podem ser carregados com esse dispositivo, pois são necessárias proteções adicionais e um maior controle do fornecimento de energia para o sistema de armazenamento.
Diversos estudos revelam que há uma taxa de deterioração perceptível causada nas baterias dos carros elétricos pelo uso de cargas rápidas. Segundo a Geotab, empresa canadense especializada no gerenciamento de frotas, o estado de saúde da bateria (SOH) é afetado pela frequência com que um veículo está usando o carregamento rápido CC.
De acordo com os estudos da empresa, depois de dois anos de uso, uma bateria de carro elétrico que usa carregador de nível 2 tem um desgaste 0,9% maior do que um veículo que utiliza o dispositivo de nível 1. Enquanto a carga com o nível 3 gera um desgaste 1% maior do que o carregamento mais lento.
A deterioração do sistema de armazenamento também está relacionada a condições climáticas. A Geotab aponta que os climas mais quentes combinados a cargas rápidas causam um desgaste ainda maior da bateria.
O Laboratório Nacional de Idaho chegou à mesma conclusão ao testar dois pares de veículos Nissan Leaf 2012 ao longo de um ano. Duas vezes ao dia, o primeiro par foi carregado com carregadores de nível 2, e o segundo par com carregadores rápidos de nível 3.
Depois de percorrerem 80.467 quilômetros, os veículos do nível 2 perderam em torno de 23% da capacidade original da bateria, enquanto os carros do nível 3 caíram aproximadamente 27%.
Assim, a recomendação para os proprietários de carros elétricos que desejam prolongar a vida útil do sistema de armazenamento é recarregar as baterias antes que fiquem totalmente vazias e limitar o uso de carregadores rápidos.
Fonte: The Next Web, Neocharge.