No início do ano, o mercado esperava uma queda geral na venda de automóveis, mas ascensão da transição verde tem mudado esse cenário
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A pandemia de coronavírus ameaçou paralisar a cadeia produtiva dos carros elétricos. A expectativa no início do ano era de uma queda de 43% nas vendas em 2020, de acordo com a consultoria britânica Wood Mackenzie. No entanto, contrariando as previsões, a busca por veículos elétricos aumentou e deve registrar forte alta até o final do ano.
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Em 2019, as vendas de carros elétricos cresceram 6%, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). O valor é muito abaixo da média da década, que registrou no mínimo 30% de crescimento ao ano. Os 2,1 milhões de veículos elétricos vendidos em 2019 representaram apenas 3% das vendas globais de automóveis.
Ainda assim, a participação dos veículos movidos a eletricidade no mercado global de automóveis deve aumentar pela aceleração das vendas de carros elétricos durante a pandemia.
A AIE estima que o setor elétrico cresça 25% em 2020, alcançando a marca de 10 milhões de automóveis movidos a eletricidade, enquanto as vendas de carros tradicionais deverá registrar forte queda.
No início da pandemia, o isolamento social e as medidas para restringir a mobilidade no mundo, em especial na China, colocaram em risco a cadeia produtiva dos carros movidos a eletricidade. A recém-inaugurada superfábrica da Tesla em território chinês chegou a anunciar o adiamento de suas atividades.
Eventos como os Salões do Automóvel pelo mundo, inclusive em São Paulo, foram suspensos ou adiados. Com isso, lançamentos de novos modelos de automóveis elétricos foram cancelados ou reprogramados para 2021. O Ford Mustang Mach E, por exemplo, teve sua comercialização que estava prevista para novembro de 2020, adiada para 2021.
Todas essas notícias jogaram “um balde de água fria” nos sonhos de entusiastas de veículos elétricos e nos planos dos executivos de empresas automobilísticas que investiram na tecnologia. Em um primeiro momento, o coronavírus parecia atrasar a transição.
No entanto, a quarentena provocada pela covid-19 mostrou que é possível voltar a respirar ar puro em diversas cidades do mundo, justamente em um momento que uma doença respiratória se tornou o centro das atenções de governos. Isso reacendeu o interesse por um transporte mais sustentável, como os veículos movidos a eletricidade.
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Nesse contexto, a tendência de redução de vendas prevista no início da pandemia foi revertida para um cenário de alta. Com isso, houve uma aceleração da transição dos combustíveis fósseis para fontes sustentáveis de energia, não só no mercado automobilístico, mas de uma forma geral na sociedade.
Apesar da euforia no mercado global, os carros elétricos no Brasil ainda devem demorar um pouco mais para ganhar as ruas. Os principais motivos de uma transição mais lenta para o elétrico é a adoção de biocombustíveis e a falta de uma infraestrutura de rede de carregadores elétricos ampla o suficiente.
Entretanto, essa é uma tendência sem retorno. Em uma fase de transição que pode durar décadas, a hibridização parece ser a opção mais viável para a implementação dos veículos elétricos no país.
Dessa forma, a eletricidade pode ser utilizada nos deslocamentos cotidianos dentro das cidades, enquanto o combustível fóssil ou biocombustível pode ser utilizado em trajetos mais longos.
Fonte: Portal Solar, Estadão, Teslarati.
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